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Em reunião, Michel Temer decide manter Fábio Osório na AGU e Alves no Turismo

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Na manhã desta segunda-feira (6), o presidente interino, Michel Temer, decidiu manter no cargo o ministro de Turismo, Henrique Eduardo Alves, e o advogado-geral da União, Fábio Osório, apesar das polêmicas envolvendo os dois nomes. A decisão foi tomada após reunião no Palácio do Jaburu com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Temer teria avaliado que ainda não há motivos suficientes para afastá-los dos postos.

Para Temer, seria ainda necessário entender a amplitude de um eventual envolvimento do ministro do Turismo na Operação Lava Jato antes de se tomar uma decisão. A manutenção acontece mesmo após o próprio ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ter afirmado que a permanência de Henrique Eduardo Alves no Ministério do Turismo, causa constrangimento ao governo Michel Temer. O comentário foi feito durante entrevista a Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (6). 

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Padilha comentou que o presidente interino Michel Temer colocou condição, aos ministros, de não estarem envolvidos em escândalos de corrupção. "Ele [o presidente Michel Temer] colocou as condições e os ministros aceitaram. Qualquer situação negativa, claro, constrange o governo", comentou.

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Com relação a Osório, Temer se reunirá com o advogado-geral ainda nesta segunda-feira (6) para garantir sua permanência no cargo.  O advogado-geral da União teria criado clima constrangedor para o Planalto e até perdido o apoio de seu padrinho político, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O governo atribuiu a ele o erro na estratégia usada no caso da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), cuja presidência foi devolvida a Ricardo Melo na última quinta-feira por meio de liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tóffoli.

Osorio teria cometido um erro ao demover o Planalto da ideia de editar, de imediato, a Medida Provisória que modificaria o estatuto da EBC acabando com o mandato de quatro anos do seu titular e reduzindo o poder do conselho curador da EBC.

Além disso, Osório, sem consultar Temer ou Padilha, questionou a atuação do seu antecessor, José Eduardo Cardozo, na defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, na fase inicial do processo de impeachment. Assim, ele teria aberto uma frente de batalha que o governo considerava desnecessária. Ele teria ainda criado problemas com a Polícia Federal e com o Ministério Público. 

Como se não bastasse, em 1º de junho Osório teria exigido que um avião da FAB o transportasse a Curitiba para participar de uma homenagem ao juiz responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro, e de um encontro da Justiça. O Advogado da União não tem mais prerrogativa de usos de aeronaves da Aeronáutica, mas Osório insistiu e viajou com dois assessores e um procurador. 

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Além destes dois nomes, há ainda as polêmicas envolvendo a secretária de Mulheres, Fátima Pelaes, suspeita de integrar uma "articulação criminosa". Com relação a ela, o presidente interino ainda não tomou uma decisão definitiva.

Além de enfrentar forte resistência dos movimentos feministas por ser contrária ao aborto mesmo em caso de estupro, por conta de convicções religiosas, Fátima Pelaes é apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrante de uma "articulação criminosa".

Nomeada na sexta-feira (3) pelo presidente interino Michel Temer para a secretaria vinculada ao Ministério da Justiça, Fátima Pelaes é suspeita de envolvimento no esquema desmantelado pela Operação Voucher, em 2011, ao destinar, na função de deputada federal, R$ 4 milhões em emendas para uma ONG fantasma chamada Ibrasi.

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