Além de enfrentar forte resistência dos movimentos feministas por ser contrária ao aborto mesmo em caso de estupro, por conta de convicções religiosas, a nova secretária de Políticas para as Mulheres, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) é apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrante de uma "articulação criminosa".
Nomeada nesta sexta-feira (3) pelo presidente interino Michel Temer para a secretaria vinculada ao Ministério da Justiça, Fátima Pelaes é suspeita de envolvimento no esquema desmantelado pela Operação Voucher, em 2011, ao destinar, na função de deputada federal, R$ 4 milhões em emendas para uma ONG fantasma chamada Ibrasi.
À época, a atual secretária tinha foro privilegiado e o inquérito foi, então, aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As investigações, agora, estão na Justiça Federal do Amapá. A ex-deputada teve os sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados.
Dentro do governo, já é grande a pressão para que Temer exonere a secretária. Essa seria a terceira queda de alguém do primeiro escalão do governo em menos de um mês por conta de denúncias e escândalos de corrupção. Nas últimas semanas, os ministros do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e da Transparência, Fabiano Silveira, deixaram o governo, após vazamentos de conversas em que criticavam a operação Lava Jato e dava orientações a envolvidos no esquema de corrupção.