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"Estamos num caos social", diz presidente da ONG Rio de Paz sobre violência no Rio

Antônio Carlos Costa comentou assassinato de mulher, no Recreio

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O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, comentou a morte Ana Lúcia Neves, morta a tiros no Recreio, nesta quarta-feira (2), em um assalto quando saía de uma academia de ginástica.

"Estamos vivendo uma grande desorganização social na região metropolitana do Rio de Janeiro, que é fruto de causas que se retroalimentam: a desigualdade social, a guerra às drogas, a mentalidade de uma sociedade de consumo e um Estado fraco", disse Antônio Costa.

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Para o presidente da Rio de Paz, as instituições não estão funcionando. "Não investigam e quando punem, punem de modo errado, deixando passar os crimes mais graves, com homicidas que não são punidos. Estamos administrando um caos social e ele tende a se agravar se não levarmos em conta essa divisão social".

Costa afirmou que não basta o poder público criar leis e reforçar apenas a segurança pública. Ele creditou o crime a um problema fundamentalmente social. "Por que na Suécia e na Finlândia os jovens não estão praticando roubo com faca? Não há nenhuma dúvida de que a causa não se deve às leis rigorosas do país. O sistema prisional oferece um conforto que nenhum morador tem, é que eles não precisam disso".

Ainda na percepção do presidente da ONG, os problemas - que já são parte do cotidiano das favelas - estão começando a atingir a classe média. "Manter guetos de exclusão no Rio de Janeiro não vai impedir que a violência vaze. O meu medo é que a gente só perceba quando isso explodir para a classe média. Temos que estabelecer padrões de excelência para o funcionamento da defensoria pública, do ministério público e das instituições", defendeu Costa.