RIO
Polícia encontra corpos de supostos assassinos de médicos no Rio
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 06/10/2023 às 11:13
Alterado em 09/10/2023 às 16:24
A Polícia Civil encontrou, no fim da noite desta quinta-feira (6), quatro corpos abandonados dentro de dois veículos no Rio Janeiro. Dois deles são de suspeitos pela execução dos três médicos - entre eles o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) - no quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, na madrugada do mesmo dia.
Os corpos foram localizados pela Delegacia de Homicídios, com o apoio da inteligência da polícia: três estavam dentro de um carro na Rua Abrahão Jabour, nas proximidades do Riocentro; e outro no segundo veículo, na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul.
Os suspeitos encontrados no veículo são Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, que integrava um grupo criminoso chamado de “Equipe Sombra”. Os outros dois corpos encontrados ainda não foram identificados, mas a polícia já confirmou que Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, não estão entre os mortos. Eles também estão entre os suspeitos do assassinato dos médicos.
Os corpos estavam dentro de dois carros localizados na Zona Oeste da capital fluminense. Os supostos traficantes, segundo as investigações, teriam sido executados a mando da cúpula de uma facção criminosa do Rio de Janeiro, por terem confundido o médico Perseu de Almeida com o miliciano Taillon de Alcântara, filho do chefe da milícia de Jacarepaguá, Muzema e Rio das Pedras, e rival da quadrilha do narcotráfico.
ATUALIZAÇÃO: quatro corpos foram encontrados pela DH.
— Band Rio (@BandRio) October 6, 2023
Neste veículo perto do Riocentro estavam três corpos que seriam dos assassinos dos médicos na Barra.
Mais cedo a polícia localizou um carro na Gardênia, com um corpo que suspeita ser do bandido conhecido como Lesk #BandRio pic.twitter.com/9PzwxTwn41
Tribunal do Crime
A execução teria acontecido após julgamento sumário pelo chamado "Tribunal do Crime".
A ação teria sido encarada como desastrosa pela liderança da facção, já que o alvo central do ataque teria sido confundido e, para piorar, quatro inocentes, os médicos ortopedistas renomados que participariam de um congresso, acabaram sendo vitimados, o que rendeu repercussão mundial.
A principal linha de investigação aponta que um traficante da comunidade Gardênia Azul, conhecido como “BMW”, teria passado uma informação errada ao líder do bando nessa comunidade, cujo apelido é “Lesk”. Um áudio que seria de “BMW” informa que o miliciano Taillon de Alcântara, filho do chefe da milícia de Jacarepaguá, Muzema e Rio das Pedras, rival da quadrilha do narcotráfico, estaria bebendo “num quiosque no Posto 2” da orla da Barra da Tijuca.
O homem visto não era Taillon, mas sim o médico Perseu de Almeida, que estava acompanhado de outros três colegas, também médicos. O local informado também estava errado, uma vez que o Quiosque do Naná fica entre os postos 3 e 4.
A comunidade da Gardênia Azul já foi comandada pela milícia de Taillon e seu pai, mas caiu nas mãos do tráfico depois que Phillip Motta Pereira, o “Lesk”, então integrante do bando miliciano, resolveu trocar de lado.
Os autores dos disparos, assim como “BMW” e “Lesk”, teriam se refugiado em áreas do Rio sob controle da facção após a ação contra os médicos e inclusive teriam demorado horas para descobrir que um dos mortos não era Taillon, pois fizeram postagens comemorando a execução do inimigo, que por fim foram apagadas posteriormente quando descobriram o trágico engano cometido.
Fontes da Secretaria de Administração Penitenciária confirmaram ao g1 que uma videoconferência entre as lideranças da facção presas em Bangu 3 foi realizada. Os líderes da organização criminosa teriam marcado uma reunião no bairro da Penha, no início desta noite, para levar os executores ao chamado "tribunal do crime".