MUNDO
Hamas diz que 'alcançou os objetivos' e aceita negociar trégua; Israel quer 'eliminação do inimigo'
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 09/10/2023 às 20:32
Alterado em 09/10/2023 às 22:54
O palestino Moussa Abu Marzouk, membro de alto escalão do Hamas, afirmou que o grupo está pronto para negociar uma trégua. A informação foi publicada nesta segunda-feira (9), pelo site da emissora de televisão árabe Al Jazeera.
De acordo com veículo, o alto funcionário da organização foi questionado, numa entrevista por telefone, sobre a possibilidade de cessar-fogo. De acordo com ele, o Hamas está aberto para ingressar em “todos os diálogos políticos” sobre a interrupção do conflito, uma vez que o grupo "alcançou os seus objetivos”.
Mas o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não se mostrou tão disposto à bandeira branca. Em declaração quase simultânea ao do membro do Hamas, Netanyahu afirmou que o país trava 'uma guerra pela própria existência', e prometeu que ela só terminará 'com a eliminação do inimigo', em referência ao Hamas.
"Sempre soubemos quem é o Hamas, agora o mundo inteiro sabe. O Hamas é o Estado Islâmico. E vamos derrotá-lo assim como o mundo esclarecido derrotou o Estado Islâmico. Esse inimigo vil queria guerra e terá guerra”, disse. "Apenas começamos a atingir o Hamas e não pararemos. Como derrotamos o Estado Islâmico, derrotaremos também o Hamas. Dias duros nos esperam, mas estamos determinados a vencer esta guerra pelo nosso povo", declarou.
O líder israelense ressaltou que fará tudo pelos cidadãos israelenses capturados e mantidos como reféns pelo Hamas em Gaza. Pouco antes de sinalizar a trégua, a organização afirmou que iria matar os civis sequestrados, sem aviso prévio, caso Israel insista com os bombardeios.
Na manhã desta segunda, as tropas israelenses retomaram o controle de todas as comunidades fronterícias à Faixa de Gaza, informando que não há mais confrontos entre as Forças de Defesa de Israel (FDI) e o grupo islâmico. Também nesta segunda, os Estados Unidos enviaram assistência militar e aviões para Israel.
Com poder bélico enormemente superior, além de apoio norte-americano, Israel convocou cerca de 300 mil reservistas para a guerra. A FDI prepara uma invasão ao território palestino. O governo israelense afirmou que pediu para moradores de algumas regiões no norte e leste da Faixa de Gaza deixarem suas casas. Alguns palestinos afirmaram que receberam telefonemas e mensagens de oficiais de segurança de Israel dizendo para eles deixarem a área, pois o exército deverá atuar lá.