A partir desta sexta-feira (20) o republicano Donald Trump assumirá a maior potência econômica e militar mundial com a promessa de mudar o país. Desde que começou sua campanha e iniciou a montagem de seu governo, Trump anunciou que tentará "acabar" com o legado de Barack Obama, especialmente no que tange à questão da saúde e das relações internacionais.
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O presidente eleito chegou na tarde desta quinta-feira (19) em Washington, para prestar juramento. Pelo menos 22 congressistas do Partido Democrata anunciaram que não vão participar da posse do 45º presidente dos Estados Unidos, segundo informou a rede de televisão ABC News.
A ausência dos parlamentares é uma resposta ao comentário depreciativo feito por Trump no Twitter ao deputado democrata John Lewis, que representa o estado da Geórgia, um dos grandes líderes de direitos civis dos Estados Unidos.
"O congressista John Lewis deve gastar mais tempo em consertar e ajudar seu distrito, que está em forma horrível e desmoronando (para não mencionar a ocorrência de criminalidade) em vez de reclamar incorretamente sobre os resultados das eleições", escreveu Trump no sábado (14). Em outra mensagem, Trump fez outro comentário: "Todos falam, falam, falam - nenhuma ação ou resultado. Triste!"
O comentário no Twitter foi uma resposta a John Lewis, por este ter dito em entrevista à rede de televisão NBC News, na sexta-feira (13), que não iria à posse de Trump porque não o considera "um presidente legítimo", numa alusão às supostas interferências de funcionários russos nas eleições em favor do candidato republicano.
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O presidente eleito, que usa muito a rede social para se posicionar politicamente, afirmou que a reforma do sistema de saúde promovida pelo presidente Barack Obama "em breve ficará na história". Novamente no Twitter, Trump disse que o "Obamacare", como ficou conhecido o programa de subsídios do governo para ajudar famílias a pagar um plano de saúde, é "insustentável".
Acabar com o programa de saúde foi uma das principais promessas da campanha eleitoral do republicano, que tem a maioria de integrantes de seu partido no Congresso.
"A eleição de Donald Trump à presidência dos EUA após uma campanha fomentando ódio e intolerância, e o crescimento da influência de partidos políticos na Europa que rejeitam direitos universais, colocaram em risco o sistema de direitos humanos do pós-guerra", afirmou a Human Rights Watch em seu Relatório Mundial de 2017, classificando o presidente eleito e vários outros líderes mundiais como ameaças aos direitos humanos.
Durante a coletiva de imprensa em Washington, Donald Trump, bateu boca com um repórter da emissora "CNN" e se recusou a ouvir a pergunta. "Vá adiante, você não. Sua empresa é horrorosa. Vocês publicam notícias falsas", disse ao repórter. A "CNN" foi uma das empresas jornalísticas do país que divulgaram dossiê sobre supostas informações obtidas pelos russos sobre o republicano.
Relembrando um episódio durante as campanhas eleitorais no qual Trump ridicularizou um jornalista deficiente, a atriz Meryl Streep em um discurso na entrega do prêmio Globo de Ouro, no domingo (8), afirmou que "esse exemplo dado por uma pessoa tão poderosa dá permissão a outras pessoas para desrespeitar".
"A violência incita a violência. O desrespeito incita o desrespeito. Se alguém usa sua posição para fazer bullying, todos nós perdemos", ressaltou. Streep aumentou o tom e teceu críticas à política norte-americana, principalmente ao magnata e suas promessas durante sua campanha eleitoral, mas sem citar o nome do presidente eleito. Seguindo a atriz, o astro Robert De Niro também foi enfático ao reprovar Trump.
Diferentemente de outras estrelas de Hollywood, a atriz Nicole Kidman demonstrou apoio ao republicano, e pediu reforço aos norte-americanos. Durante entrevista à BBC, a atriz, que promovia seu novo filme "Lion", disse que a população devia apoiar o magnata, uma vez que ele foi eleito pelo país para governar a casa Branca.
Outras estrelas como Emma Stone, Natalie Portman, Matthew McConaughey, Andrew Garfield, Felicity Jones, Dakota Fanning, Amy Adams, Chris Pine, Hailee Steinfeld, Taraji P. Henson, Michelle Williams, Greta Gerwig e Mahershala Ali também demonstraram apoio ao magnata, que toma posse da maior potência mundial nesta sexta-feira (20).