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'Der Spiegel' diz que Dilma sofreu "injustiça histórica"

Jornal alemão critica destituição da presidente do Brasil

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O jornal alemão Der Spiegel traz em sua edição desta quinta-feira (1) uma matéria onde fala sobre a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff, como conclusão de um processo que durou nove meses.

O texto do Spiegel questiona a legitimidade do impeachment, classificado-o com um processo com motivação política. Ao mesmo tempo, destaca a inabilidade política de Dilma. Michel Temer, que governará o país até 2018, foi apontado como alguém que nunca teria ganhado uma eleição. Além do peemedebista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi apontado como um possível beneficiado do impeachment.

> > Amtsenthebung von Dilma Rousseff: Eine historische Ungerechtigkeit

O jornal alemão fala que a palavra "golpe" tem um grande peso na América Latina, apontando que o conceito é associado a generais e tanques nas ruas. 

O Der Spigel questiona como se deve chamar um processo em que uma chefe de Estado democraticamente eleita é afastada de seu cargo com uma justificativa legal duvidosa. O veículo qualificou o processo de "farsa", por ser formalmente correto, mas com base legal frágil.

O periódico alemão diz que houve um abuso da cláusula do impeachment – destinada a proteger o país de crimes no cargo de Estado mais alto – para afastar uma presidente "desagradável". 

Der Spiegel conclui que o Senado brasileiro representa uma classe política que é mais velha que a democracia. "Ela se baseia em dinastias que por décadas governaram estados como se fossem seus reinos. A maioria dos senadores representa um sistema que nunca aceitou a ex-guerrilheira Dilma."

Para finalizar, o jornal alemão afirma que não é preciso ser um apoiador de Dilma, de Lula ou do PT para constatar que "essa mulher foi vítima de uma injustiça histórica".

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