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Andrade Gutierrez revela cartel em obras do PAC Favelas no Rio

Empreiteira fez acordo de leniência

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Especificações técnicas foram introduzidas no edital de licitação das obras do PAC Favelas, no Rio, para determinar que um cartel de dez empresas vencesse a concorrência. A informação foi revelada no acordo de leniência assinado entre a construtora Andrade Gutierrez e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As obras diziam respeito à construção do teleférico do Complexo do Alemão, do plano inclinado da Rocinha e da elevação da linha férrea de Manguinhos.

O Cade abriu processo administrativo envolvendo todos os citados, com base nas informações prestadas pela Andrade Gutierrez. Andrade Gutierrez apresentou como provas marcações de reuniões, e-mails e documentos do processo de licitação. 

O cartel para as obras começou a ser criado em maio de 2007, em uma reunião no Palácio da Guanabara, entre o superintendente comercial da Andrade Gutierrez e Wilson Carlos Carvalho, então secretário de governo do estado do Rio de Janeiro. No encontro, Carvalho teria informado ao executivo da empreiteira quais seriam as construtoras que ficariam responsáveis pelos lotes da obra.

A distribuição teria sido definida de acordo com as doações eleitorais feitas no ano anterior. "A escolha dessas empresas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro se deu em razão dos valores das contribuições por elas realizadas para a campanha do Governador do Estado do Rio de Janeiro, o qual havia sido eleito em 2006", diz o documento assinado pelos advogados da Andrade Gutierrez. Ainda segundo a empreiteira, participaram do esquema Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Delta e Carioca Engenharia. A Camargo Correia teria desistido por não concordar com o percentual definido para a empresa na distribuição das obras. 

Prisão

Wilson Carlos Carvalho foi preso durante a Operação Calicute, que prendeu também o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

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