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Sérgio Cabral negociou venda de empresa suspeita para a JBS

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O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) teria intermediado a negociação para a venda da Rica Alimentos, que comercializa frango, para a JBS, quando já não era mais governador. O negócio, contudo, não se concretizou. As atividades na iniciativa privada do peemedebista, preso na quinta-feira (17), estão sob análise. E-mail interceptado pela Polícia Federal mostra Cabral como responsável pelo contato entre as empresas. A mensagem foi enviada por Igayara para Gilber Tomazoni, do alto escalão da JBS.

"Conforme sua solicitação através do gov. Sérgio Cabral, seguem descrições e valores das propriedades da Rica. Ao final, na última aba, está proposta de negociação", diz e-mail de setembro de 2015.

"O gov. Sérgio Cabral (que nos lê em cópia) me informou que, em conversa telefônica com o Joesley [Batista, sócio controlador da JBS], o mesmo disse-lhe que havia interesse sim nas granjas e no abatedouro de Jacarepaguá", afirma a mensagem.

>> Esquema de Cabral contaria com “banco paralelo” para movimentar dinheiro 

O Ministério Público Federal identificou pagamentos da Rica para a LRG Agropecuária, de Carlos Emanuel Miranda, e a CSMB, de Luiz Carlos Bezerra, apontados como operadores de Cabral e também presos. As informações são da Folha de S. Paulo.

A empresa também teria feito  depósitos para uma empresa de Cabral, a SCF Comunicações, e para o escritório da ex-primeira-dama, Adriana Ancelmo, também sob investigação. As transferências somam R$ 2 milhões.

Relatórios do Coaf apontaram movimentação atípica de dinheiro em espécie da empresa. O presidente da Rica, Luis Alexandre Igayara, foi alvo de mandado de condução coercitiva na operação.

"O ex-governador não atuou como agente, intermediário ou corretor na negociação. Seu papel foi unicamente o de alguém que apresentou uma empresa de seu Estado como potencial oportunidade de aquisição", disse a JBS em nota ao jornal paulista.