Após a prisão de Sérgio Cabral na Operação Calicute, a investigação agora quer descobrir os responsáveis pelas movimentações financeiras do grupo. Segundo informações de O Globo, os agentes acreditam que Cabral e seus associados contavam com um “banco paralelo para movimentar o dinheiro da corrupção.
O papel seria desempenhado pela transportadora Trans-Expert Vigilância e Transporte de Valores, que teria um cofre no bairro de Santo Cristo, no Rio, utilizado para guardar e distribuir o dinheiro do grupo.
Os agentes da Delegacia de Repressão à Corrupção e a Crimes Financeiros (Delecor) investigam esse suposto “banco paralelo”, que seria livre do sistema público de controle das atividades bancárias. O sistema seria de operação clandestina era até então desconhecido pelos investigadores.
Para esclarecer como o modelo supostamente funcionava, foi criada pela PF a operação Farejador, que, segundo o jornal, encontrou pelo menos três indícios que vinculam a transportadora a Cabral: um total de R$ 25 milhões em repasses da Trans-Expert para uma empresa ligada a Cabral; a apreensão de declarações de renda da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo na empresa; e uma possível guarda de dinheiro para o ex-secretário de Obras Hudson Braga, um dos nove presos ao lado de Cabral.
A investigação considera a possibilidade de que o “banco paralelo” funcionaria desde o primeiro governo Cabral, recolhendo propina e a distribuindo aos favorecidos, a maioria políticos do PMDB fluminense.
As provas recolhidas levaram a Justiça Federal a autorizar a condução coercitiva do policial civil aposentado David Augusto Câmara Sampaio, apontado como o dono de fato da Trans-Expert. Segundo o jornal, David ocupa, atualmente, cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio, assim como José Orlando Rabelo, também preso na operação, e que seria próximo de Hudson Braga.
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