ASSINE
search button

Cabral enfrenta novo protesto em frente ao prédio onde mora

Mais cedo, governador afirmou que se sentiu incomodado com o acampamento montado na rua 

Compartilhar

Centenas de manifestantes realizaram um novo protesto em frente ao prédio onde mora o governador Sérgio Cabral, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Desta vez, a manifestação teve muita criatividade. Guardanapos foram distribuídos às pessoas, simbolizando a viagem de Cabral a Paris, quando ele e alguns secretários foram flagrados com guardanapos na cabeça durante um jantar.

Os participantes também ironizaram o governo Cabral, utilizando para isso a música Ai se eu te pego, de Michel Teló: "Ai, Cabral, assim você me mata! Ai, se eu te pego, ai, ai, se eu te pego", cantaram.

A Avenida Delfim Moreira foi fechada ao tráfego, no trecho da Rua Aristides Espinola. A Polícia Militar, usando escudos, cercou o prédio do governador.

Uma equipe de reportagem da TV Record foi expulsa do local. Um dos integrantes do movimento que se reuniu no dia 27 com Cabral, Eduardo Oliveira, também foi encurralado pelos manifestantes e acusado de desrespeitar o acordo firmado entre eles sobre a desocupação em frente ao prédio do governador.

Por volta das 22h45, a polícia usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar os manifestantes, que jogaram bombas caseiras. As luzes da Avenida Delfim Moreira, no trecho da Rua Aristides Espínola, foram apagadas. Às 23h, a tropa da PM avançou pela Avenida Delfim Moreira no sentido Copacabana. Os manifestantes atearam fogo em objetos na via.

Representando os servidores estaduais da saúde, a técnica em enfermagem do Hospital Estadual Getúlio Vargas, Cilene Francisca dos Santos, resumiu o motivo dela em participar da manifestação: "Trabalhamos com falta de mão-de-obra e material, além de presenciarmos as superlotações dos hospitais do Estado. Com todos esses problemas, ainda trabalho ganhando R$ 700 líquidos. Por isso, os servidores estaduais da saúde estão se movimentando em busca de melhorias".

>> Tá nas redes: manifestantes pedem 10 mil na casa de Cabral

>> Reunião "mandrake" de Cabral revolta manifestantes que estão no Leblon

>> Jovem que teve reunião 'mandrake' com Cabral é acusado de roubo

>> Polícia retira de madrugada acampamento em frente à casa de Cabral

Mais cedo, Sérgio Cabral disse que ficou incomodado com os manifestantes que acamparam durante vários dias na rua onde mora. O grupo foi retirado do local na madrugada de terça-feira (3) pela Polícia Militar. 

Cabral afirmou que respeita as manifestações. "Deve haver tolerância e respeito, mas isso não tem nada a ver com acampamento na rua – nem na Delfim Moreira, nem na Aristides Espíndola, nem na Irineu Marinho, nem na Rua Riachuelo, nem na Avenida Copacabana ou na Avenida Brasil. Em lugar nenhum, pode-se tolerar o impedimento do direito de ir e vir", enfatizou.

O governador reclamou dos transtornos causados pelos manifestantes. "Lamento, porque tenho filhos pequenos, grandes, família, que ficam preocupados". 

Segundo ele, as manifestações contra o governo devem se feitas pacificamente em frente à sede do governo, o Palácio Guanabara, em Laranjeiras.

Cabral disse ainda que as manifestações fazem parte da recente democracia brasileira. "Todas essas manifestações fazem parte de uma reflexão para o aperfeiçoamento da democracia. Graças a Deus, ninguém marchou com Deus e a família, querendo o golpe", afirmou Cabral.