Um dos maiores ícones da Beija Flor de Nilópolis, a passista Pinah, que sambou para o Rei do Futebol, Pelé, e também para o príncipe Charles, no Palácio de Buckingham, em 1978, diz que a evolução do carnaval ao longo da história impede que surjam outras "negras Pelé" como ela. A sambista diz que o carnaval "cresceu demais" e as musas também se transformaram neste intervalo.
"Eu sou da época em que as fantasias eram de papel crepom. Depois veio o cetim. Hoje, só se vê madrinha com faisão. Diferente demais pra mim. Eu sou da época de Joãosinho Trinta. Fazia-se um carnaval irreverente, mas sem o luxo que se vê hoje", relembra. "Eu entendo que tudo na vida evolua, tudo passa mesmo".
Sobre a desenvoltura das passistas e madrinhas de baterias de hoje, Pinah diz que muitas sambam no pé. Mas sente saudades da época em que o espetáculo era mais simples.
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"Na minha época o corpo das musas e destaques era um pouco mais natural. Mas cada um tem que se apresentar na Sapucaí como se sente bem. Muitas sambam no pé. Mas a diferença é muito grande em comparação com a minha época. Sou de um tempo mais simples mesmo".
Para ela, o grande buraco que a Beija Flor de Nilópolis deixou antes da passagem do sétimo carro da escola, já no final da apresentação, não vai comprometer as notas da Azul e Branca da Baixada Fluminense. O espaço chamou atenção por ter tomado conta de dois setores da agremiação.
"Vai dar Beija Flor. Somos favoritos. Aquilo que aconteceu com o sétimo carro foi um probleminha", minimizou.