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Calamidade pública em Xerém que já tem um morto e mil desalojados

Prefeito Alexandre Cardoso diz que lixo acumulado contribuiu para a tragédia 

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O prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, decretou estado de calamidade pública em Xerém onde o corpo de um homem não identificado, conhecido pelo apelido de Velho, apareceu na praça pública e cerca de mil pessoas, entre adultos e crianças, estão desalojadas. Outras 115 pessoas estão desabrigadas. O prefeito que tomou posse na terça-feira lembrou que na região a ocupação irregular é mínima. Para ele a tragédia foi provocada pela grande quantidade de água – 212 milímetros – e a dificuldade no escoamento dela por conta do lixo acumulado.

Segundo Cardoso, a negligência no recolhimento do lixo permitiu que, acumulado, ele comprometesse a rede de escoamento, provocando o acúmulo da água da chuva que caiu na região, assim como daquela que desceu da Serra dos Órgãos, onde fica Petrópolis. Em Xerém, o rio Capivari subiu mais de três metros com facilidade e transbordou.

Segundo Claudia Costa, auxiliar de enfermagem. De 50 anos, há 13 anos residindo naquele bairro, a partir de 1h da madrugada as casas começaram a encher muito, e às 3h a ponte sobre o rio Capivari rompeu-se aumentando a tragédia.

Dois homens do Corpo de Bombeiros em um carro da corporação Os bombeiros, pelo que esclareceu Claudia Costa, só chegaram às 5hs e pouco puderam fazer. Eles assistiram, sem ter como socorrê-lo, um homem que estava agarrado ao tronco de uma arvore ser levado pela correnteza.

Cláudia Cristine estava em casa com três filhos menores quando a ponte desabou. Sua casa foi rapidamente inundada pela grande quantidade de água e ela nem sabia explicar direito como tinha conseguido salvar-se com os três filhos. Parte do imóvel desabou por conta do volume d’água e da umidade do terreno. Levada para o abrigo com as três crianças, lá encontrou o marido que no momento da tragédia estava trabalhando.

Já Beatriz Porcino, de 20 anos, que mora na Ilha do Governador, soube da tragédia pela televisão ao acordar e correu em busca de notícias da sua mãe, de 70 anos, cuja casa em Xerém ficou completamente destruída. Até o final da manhã, porém, ela não a localizou. Na localidade conhecida como Ponto Final, próxima ao leito do rio, diversas casas foram destruídas.

Segundo informações da prefeitura, oito pessoas estão desaparecidas . Os desabrigados, inicialmente, foram encaminhados para o Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante de Xerém onde todos foram cadastrados para, sem seguida, serem encaminhados à Igreja a Metodista do bairro, onde estão sendo alojados. 

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