ASSINE
search button

Caso Thor: apenas legistas poderiam tirar restos de ciclista de dentro do carro 

Compartilhar

O perito criminal e professor doutor da Unicamp Ricardo Molina afirmou, em entrevista ao Jornal do Brasil, na manhã desta quarta-feira (21), que a Mercedes SLR Mc Laren com que Thor Batista atropelou e matou um ciclista na noite de sábado não deveria ter sido retirado antes que o local do crime tivesse sido completamente examinado. 

Molina acrescentou que, neste caso, em que restos mortais da vítima foram parar dentro do carro, um legista do Instituto Médico Legal (IML) é o responsável por retirar as partes do corpo de dentro do veículo. 

"A perícia tem que fotografar tudo antes, mas o  problema é que isso raramente acontece no Brasil", lamentou. "Muitos acidentes acabam dessa forma, com partes do corpo dentro do carro, e tudo deveria ser documentado. Mas a nossa experiência mostra que, no Brasil, há muito pouca documentação fotográfica. Além disso, o carro nunca poderia ter sido retirado antes que fosse examinado o local. A verdade é que a perícia local é muito mal feita, quando é feita".

Na tarde desta quarta-feira, o delegado responsável pelo caso afirmou que legistas fizeram a retirada de restos mortais do ciclista que foram parar dentro do carro que era dirigido por Thor Batista.

>> Advogado de ciclista atropelado e morto por Thor Batista quer processar o estado

Velocidade

Molina especula que a única forma de calcular a velocidade em que Thor Batista trafegava no momento da colisão é pelo dano causado ao veículo, e não pela marca da frenagem no asfalto.

"Como esse carro [Mercedes SLR Mc Laren] tem um sistema de freio ABS muito sofisticado, o cálculo da frenagem fica muito prejudicado", analisou Molina. "Os peritos terão que calcular pelos danos, mas pelo que vi, a Mercedes tem muito pouco dano na frente, tem o vidro quebrado. Vai ser bastante difícil calcular a velocidade do carro". 

Uma perícia complementar foi realizada pela Polícia Civil no carro de Thor Batista depois de o veículo ser levado pela família do bilionário Eike Batista do pátio da Polícia Rodoviária Federal, no último fim de semana. Procurada pela equipe de reportagem do Jornal do Brasil, a EBX confirmou que uma perícia complementar foi pedida pela Polícia Civil, mas informa que o novo exame foi realizado nesta terça (20) e não na segunda, conforme informou o delegado Hilton Pinho Alonso.