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Presidente do TJ-RJ diz que juíza abriu mão de escolta em 2007

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Em entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, disse que a juíza Patricia Lourival Acioli, assassinada esta madrugada em Piratininga, Niterói, abriu mão da escolta feita por policiais militares em 2007. 

Segundo o desembargador, Patrícia teve a proteção de três policiais entre 2002 e 2007. No último ano, o TJ-RJ fez uma revisão e determinou que o número de seguranças passassem  de três para apenas um. Assim, Patrícia decidiu abrir mão da escolta.

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"Baseado em estudos técnicos, o TJ chegou à conclusão de que não havia necessidade de continuar com a segurança intensa para a Patrícia. Mas foi ela quem abriu mão da escolta de um policial. É muito comum os juízes receberem proteção por um tempo e depois abrirem mão. Eles geralmente abrem mão quando percebem que não há mais necessidade", afirmou o desembargador.

Para ele, a recusa de Patrícia não deixou claro se ela abriu mão da escolta porque entendia que não era mais necessário ou se dispensou o guarda-costas por causa da proposta de redução. Ainda de acordo com o presidente do TJ-RJ, a magistrada jamais pediu proteção ao tribunal. "A iniciativa de escoltar Patrícia partiu do próprio TJ. Ela nunca pediu nada", garantiu.

Gabinete de Patrícia fica lacrado

O desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos informou também que criará uma comissão de juízes criminais para assumir todos os processos da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, sob responsabilidade da juíza até então. Para Rebêlo, a medida vai dar mais agilidade aos processos que tramitam naquela comarca. 

Rebêlo informou que o gabinete onde Patrícia atuava será lacrado. A intenção é facilitar a apuração do crime com base nas últimas condenações e processos da magistrada. 

Entenda o caso

Mais cedo, o primo de Patrícia Acioli disse que ela estaria há três anos sem escolta policial por determinação do ex- presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter. O jornalista Humberto Nascimento afirmou que, nos últimos cinco anos, a magistrada recebeu quatro ameaças graves e também sofreu um atentado, enquanto era defensora pública na Baixada Fluminense.  

Procurado, o ex-presidente do Tribunal de Justiça e atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou veementemente que tenha determinado a retirada da escolta da juíza. Zveiter alega que presidiu o Tribunal de Justiça em 2009 e 2010 e a escolta da juíza foi retirada em 2007, quando ele ainda não presidia o TJ. Ele acrescentou ainda que ela preferia a segurança do próprio marido que era policial e sua escolta teria sido retirada a pedido da própria magistrada.