ASSINE
search button

Fachin dá mais 60 dias para Joesley apresentar novas provas de delação

Compartilhar

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 60 dias para que o empresário Joesley Batista apresente novos anexos a sua delação premiada, incluindo provas adicionais que comprovem seus depoimentos.

Fachin acatou pedido feito pelo próprio delator e seguiu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que concordou com a solicitação. O prazo inicial para a entrega de anexos venceu na quinta-feira (31), mesma data em que a prorrogação foi assinada pelo ministro.

O ministro disse não haver nenhum obstáculo legal para a “retificação ou dilação temporal” da delação, contanto que “sem adentrar à mudança substancial no pactuado, congruente com a eficácia e a efetividade da colaboração premiada.”

Para embasar sua decisão, Fachin citou precedentes em que a medida também fora autorizada pelo falecido ministro Teori Zavascki, relator anterior da Lava Jato no Supremo.

>> "Esse Temer que você vê na televisão é falso", diz Joesley Batista

>> JBS enfrenta revolta de acionistas contra corrupção

>> Joesley Batista complementa delação e entrega novos áudios à PGR

Joesley e seu irmão Wesley Batista, acionistas principais do Grupo J&F – bem como os executivos Ricardo Saud, Demilton de Castro, Valdir Boni, Florisvaldo Caetano e Francisco de Assis e Silva – assinaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) para entregar esquemas de corrupção envolvendo cerca de 2 mil políticos.

O acordo prevê que eles não sejam denunciados pelos procuradores pelos crimes confessados na delação.

A delação de Joesley serviu de base para a primeira denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer, a quem acusou de corrupção passiva após o empresário entregar gravações de conversas suspeitas com o mandatário.

Na quinta-feira (31), Joesley Batista entregou novos áudios que gravou durante conversas com políticos para a Procuradoria Geral da República (PGR). Joesley Batista decidiu que iria revisar todas as conversar que possuía guardadas em arquivos no seu computador depois que entrou o gravador que continha um áudio de uma conversa sua com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, em maio, para que a Polícia Federal fizesse uma perícia. A PF periciou o gravador e recuperou todos os outros diálogos que haviam sido apagados do objeto.

Para evitar que se complique ainda mais, o empresário decidiu revisar todos os áudios (que haviam sido salvos em seu computador) e encaminhar aos procuradores qualquer diálogo que tenha hipótese de crime.

Com Agência Brasil