Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, passou mais de duas horas em reunião com um grupo de criminalistas nesta quarta (8). Ex-diretor do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal responsável por investimentos rodoviários de São Paulo, foi aconselhado a finalmente propor um acordo de colaboração ao Ministério Público Federal. As informações são da coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Paulo Preto é citado por delatores da Odebrecht na Lava Jato e teria revelações a fazer sobre o período de 2005 a 2010, que inclui governos de Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB.
Segundo a coluna, os advogados que aconselharam Paulo Preto na reunião disseram que ele deveria se apressar a falar. Para eles, as informações do ex-diretor do Dersa terão mais valor se forem apresentadas antes de as delações feitas por ex-executivos da Odebrecht se tornarem públicas.
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De 2005 a 2006, sob a gestão de Alckmin, Paulo Preto comandou um grupo que coordenava investimentos rodoviários entre Estado e municípios. Em 2007, quando Serra assumiu o governo paulista, ele foi alçado à Diretoria de Engenharia do Dersa.
Paulo Preto, que segundo o operador financeiro Adir Assad em sua proposta de delação premiada à Lava Jato teria recebido R$ 100 milhões em esquema envolvendo o Dersa, ainda não se pronunciou após a revelação vir à tona, no sábado (4), pelo Estadão.
Mas, segundo a coluna Radar On-line, a um amigo próximo de Paulo teria dado a seguinte declaração: “Tudo o que acontecia no Dersa era de conhecimento do Serra e do Aloysio”. Paulo Vieira de Souza foi diretor do Dersa enquanto Serra foi governador do estado entre janeiro de 2007 e abril de 2010. No período, Aloysio Nunes Ferreira era o seu secretário da Casa Civil.
Adir Assad afirma ter repassado cerca de R$ 100 milhões para Paulo Vieira de Souza entre 2007 e 2010, na gestão José Serra em São Paulo. Ele está preso em Curitiba desde agosto do ano passado. Assad é apontado como o maior emissor de notas frias para lavagem de dinheiro de empreiteiras suspeitas de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras.