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Paulo Preto, suposto elo com PSDB, é destaque na delação da Odebrecht, diz jornal

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Na delação de executivos da Odebrecht, que está em fase de finalização, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, acabou se tornando personagem de grande destaque. Ele, que será apontado como elo entre a empreiteira e recursos destinados a ela para políticos do PSDB, foi diretor da Dersa em governos tucanos. As informações são da colunista Monica Bergamo, que acrescenta que o engenheiro não foi encontrado para responder.

A coluna destaca que o nome de Paulo Preto se tornou conhecido na campanha de 2010, quando Dilma Rousseff o citou em um debate com o tucano José Serra. "A então candidata fazia referência a reportagens que o apontavam como um dos tesoureiros informais do partido. Na época, ele negou as acusações", diz a coluna, que acrescenta que o nome do ex-deputado Márcio Fortes aparece também na negociação da delação da OAS ligado a Serra.

A coluna lembra ainda que em julho, quando revelou que ele era citado nas tratativas das grandes empreiteiras com o Ministério Público Federal como negociador do atual chanceler, o tucano disse: "Não existem interlocutores autorizados a falar em meu nome".

Odebrecht afirma que caixa 2 para Serra foi pago em conta na Suíça

A Odebrecht apontou dois nomes como operadores de R$ 23 milhões repassados pela empreiteira via caixa dois à campanha presidencial de José Serra, agora ministro no governo de Michel Temer, na eleição de 2010. Parte do dinheiro foi transferida por meio de conta na Suíça, em um acerto com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho, ex-PSDB e hoje no PSD, que fez parte da coordenação política da campanha.

Já o caixa dois operado no Brasil foi negociado com o ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB), próximo de Serra. Fortes também atuou nas campanhas de Fernando Henrique Cardoso na década de 1990 e na de 2014 de Aécio Neves.

>> Acusações sobre Serra, ministro das Relações Exteriores, prejudicam imagem do país

Tais repasses, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, foram mencionados por dois executivos na delação premiada da empreiteira, nas negociações do acordo com a PGR em Brasília e com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. São eles Pedro Novis, presidente do grupo entre 2002 e 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A; e o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no relacionamento com políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas.