O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse, nesta terça-feira (12), na reunião em que a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) analisa recurso de seus advogados, que o processo de cassação de mandato contra ele é fruto de um "inconformismo político" surgido em sua eleição para a Presidência da Câmara, quando a presidente afastada Dilma Rousseff apoiou não ele, mas o candidato petista, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). "É um óbvio que vivemos um embate político", comentou o peemedebista.
Em seu depoimento, iniciado nesta tarde, Cunha afirmou que existem mais de 100 deputados com ações penais e sustentou, portanto, que sua cassação justificaria a cassação dos demais parlamentares com pendências judiciais no STF. "Nenhum desses deputados sobreviverá e todos deverão ser cassados", afirmou o deputado, acrescentando que sua cassação abre precedente perigoso para os demais parlamentares: "Hoje, sou eu. É o efeito Orloff: Vocês, amanhã”, disse, em referência à propaganda de uma marca de vodka nos anos 80 (Efeito Orloff: eu sou você amanhã).
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Os integrantes da CCJ se reuniram nesta terça-feiras para julgar o recurso do peemedebista contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, de recomendar a cassação do seu mandato. Pouco antes das 15h, a CCJ iniciou a reunião. Os parlamentares vão tentar votar o parecer em que o relator do caso, deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), recomenda a anulação da votação final do Conselho de Ética, por entender que a forma como foi feita não está prevista no Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
Se o relatório de Fonseca for aprovado, a votação do Conselho de Ética terá de ser refeita. Se for rejeitado, o pedido de cassação de Eduardo Cunha seguirá para votação definitiva no Plenário da Câmara.
No último dia 7, Cunha renunciou à Presidência da Câmara.
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* Da 'Agência Câmara Notícias'