Aliados do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à Presidência da Câmara nesta quinta-feira (7), costuraram um acordo para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa devolva o processo de cassação de mandato do peemedebista ao Conselho de Ética.
De acordo com informações do jornal O Globo, participaram da articulação, em reunião na noite desta quarta-feira (6), o presidente interino Michel Temer e o presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), além de outros parlamentares do PMDB e de partidos da base. A estratégia é uma resposta ao pedido para que Cunha renunciasse ao cargo de presidente da Câmara.
Aliados acreditam que Eduardo Cunha não conseguirá se salvar quando a votação do processo de cassação for ao Plenário da Câmara, mas o acordo da CCJ com o peemedebista é uma forma de dar sobrevida à manutenção do mandato, mesmo com a determinação de afastamento do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde o deputado é réu na Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e por ter contas não declaradas na Suíça. Já na Câmara, o processo contra o deputado é por quebra de decoro parlamentar por ter mentido na CPI da Petrobras, ao negar a existência das contas no exterior.
Após a renúncia ao comando da Câmara, o presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anunciou para a próxima quinta-feira (14) a eleição do novo presidente. No entanto, uma reunião do colégio de líderes ignorou a decisão de Maranhão e antecipou a eleição para a próxima terça-feira (12).
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