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MPF diz que dono da Engevix operou esquema até janeiro de 2015

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A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira (21/9) um dos donos da Engevix, José Antunes Sobrinho, na 19ª fase da Operação Lava-Jato. Na coletiva à imprensa, o procurador Regional da República Carlos Fernando Dos Santos Lima, que faz parte da Força tarefa da Lava-Jato disse que está "seguindo" a trilha do dinheiro desviado da Petrobras, por meio dos operadores. O alvo desta nova fase são propinas que teriam sido pagas envolvendo a Eletronuclear e a diretoria internacional da estatal.

O procurador afirmou também que parte da informação ainda está sob sigilo porque envolve conteúdo de delação premiada. Segundo ele, há provas, por meio de documentos bancários, que envolvem a Engevix em pagamento de propina e notas de prestação de serviços não realizados.

Segundo Carlos Fernando, José Antunes Sobrinho fez movimentações em janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor da Engevix estava preso, e que teria procurado testemunhas. “Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas operações", acrescentou o procurador. Sobrinho já é réu em processo de suspeita de corrupção na estatal. No dia 15 deste mês, o juiz federal Sergio Moro aceitou a denúncia contra o executivo e mais 14 pessoas. O suspeito teria pago R$ 140 milhões em propina para a Aratec, empresa controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear  Othon Luiz Pinheiro da Silva, entre 2011 e 2013.

Carlos Fernando afirmou que ‘não tem dúvida nenhuma’ de que os maiores escândalos de corrupção da história recente do País – Mensalão, Petrolão e Eletronuclear – tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula.

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No Rio, um dos mandados de busca e apreensão está sendo cumprido na empreiteira Mendes Júnior. Os agentes fizeram diligências em Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo. Estão sendo cumpridos 11 mandados: um de prisão preventiva, um de prisão temporária, dois de condução coercitiva e sete de busca e apreensão.

Segundo os jornais Folha de S. Paulo e Estadão, o mandado de prisão temporária é de João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador. Henriques seria o "sucessor" de Fernando Soares, o Baiano, na relação com a diretoria Internacional da Petrobras. De acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o operador é "um dos maiores" da Lava Jato, e foi responsável por movimentar "valores milionários".

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Henriques entrou no início da tarde na Polícia Federal no Rio de Janeiro e deve ser levado para Curitiba.

A nova etapa foi batizada de "Nessum Dorma", que significa "Ninguém Dorme".