O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke está sob forte pressão para que deixe seu cargo em meio ao enorme escândalo de corrupção na entidade que comanda o futebol.
A Fifa reconheceu nesta terça-feira (02/06) que realizou uma transferência de US$ 10 milhões (R$ 32 milhões) "para o desenvolvimento do futebol no Caribe". Em comunicado, a entidade também negou que Valcke, ou qualquer outro dirigente da entidade soubesse da transferência do dinheiro. A Fifa também negou que esse pagamento tenha sido usado como propina para o ex-vice-presidente da entidade Jack Warner, acusado pela Justiça norte-americana de corrupção.
Inicialmente, a Fifa havia atribuído a autorisação desse pagamento ao falecido dirigente argentino Julio Grondona. Porém, uma carta enviada pela Associação Sul-Africana de futebol a Valcke em março de 2008 aponta que o secretário-geral da entidade sabia da transferência do dinheiro para Warner, que era o então presidente da Concacaf. O jornal inglês "Daily Mail" teve acesso ao documento e o reproduziu. Segundo a Fifa, a quantia tinha o objetivo de ajudar "a diáspora de sul-africanos no Caribe". A África do Sul já havia negado o pagamento de suborno.
"Em 2007, como parte da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, o governo sul-africano aprovou um projeto de US$ 10 milhões para ajudar a diáspora de sul-africanos no Caribe", afirmou a Fifa, em um comunicado, acrescentando que o dinheiro saiu do comitê de organização do mundial na África do Sul de 2010.
"O pagamento dos US$ 10 milhões foi autorizado pelo presidente da comissão de finanças e executado de acordo com as normas da Fifa. Nem o secretário-geral, Jérôme Valcke, nem nenhum alto dirigente da Fifa estava a par do início, da aprovação ou da aplicação do projeto", afirmou a entidade.
“Gostaríamos de reiterar que nem o Secretário-Geral Jérôme Valcke nem qualquer outro membro da alta administração da Fifa se envolveram na iniciativa, aprovação e implementação do projeto da Diáspora.", completou a Fifa.
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