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Ao dizer que corrupção é feita por "minoria", Blatter se sente minoria

Presidente da Fifa quer recuperar confiança dos fãs do esporte

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O presidente da Fifa, Joseph Blatter, decidiu falar nesta quinta-feira (28) durante o Congresso da entidade em Zurique e afirmou que os casos de corrupção no futebol são realizados por uma "minoria". O mandatário ainda se eximiu da culpa e disse querer recuperar a confiança no futebol. Ao declarar que a corrupção é feita por "minoria", Blatter se sente a minoria.

Não custa lembrar que Joseph Blatter, há 30 anos, era um funcionário praticamente insignificante na Fifa, e hoje ostenta uma fortuna sobre a qual pairam muitas suspeitas. 

Sua trajetória jamais o levaria à presidência se escândalos não tivessem afastado João Havelange e Ricardo Teixeira. Havelange queria que Teixeira o sucedesse, mas o desfecho acabou sendo outro. O curioso é que todas as denúncias de corrupção feitas remetem a uma época em que Blatter já ocupava cargo de destaque na Fifa. Contudo, ele diz que nada sabia e que nada fez, como lembrou o artigo do Jornal do Brasil publicado em janeiro do ano passado.

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"Eu não posso monitorar o trabalho de todos, mas não vou permitir que alguns destruam o trabalho de outros. Agora temos que recuperar a confiança através de ações que tomaremos. Vamos fazer disso um ponto de virada", declarou hoje o presidente da Fifa.

Classificando a situação de "vergonhosa e humilhante", o suíço destacou que "os próximos meses não serão fáceis para a Fifa" porque outras "más notícias irão chegar".

Blatter ainda pediu que as pessoas "façam uma análise" porque a maioria daqueles que trabalham com o esporte fazem isso. Segundo ele, "as pessoas fazem isso não por ganância ou para explorar, mas por amor ao esporte, para conseguir mudanças positivas, pela paz".

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O presidente ainda ressaltou que as eleições presidenciais desta sexta-feira (29) - na qual tenta conquistar seu quinto mandato - estão mantidas. O discurso do presidente causou revolta em internautas ao redor do mundo nas redes sociais. Os usuários acusam o mandatário de transferir a responsabilidade dos crimes para os outros e de viver em "um mundo paralelo". 

Em dezembro do ano passado, quando A Fifa ignorou o relatório produzido pelo comitê de ética da entidade sobre compra de votos para as sedes das Copas de 2018 e 2022, Blatter foi questionado se ainda possuía condições para seguir no cargo, mesmo após tantos escândalos consecutivos. Impassível, Blatter disse que pede forças a Deus para manter a credibilidade da Fifa.

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