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'Financial Times': Após "pavoroso acidente", Brasil vê melhora na economia

País enxerga além dos motins nas prisões e corrupção com esperança de crescimento

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Matéria publicada nesta quinta-feira (12) pelo Financial Times analisa que uma série de massacres em prisões brasileiras trouxeram um início de ano bem difícil para Michel Temer, o presidente que prometeu aos brasileiros colocar a delicada economia bos eixos. 

O noticiário recorda a declaração do presidente sobre as chacinas, quando classificou de "acidente pavoroso" em cadeia nacional o ocorrido. A resposta de seu governo aos tumultos não fez nada para reparar a queda da popularidade de Temer, já que a recuperação econômica esperada não se materializa e os empregos continuam diminuindo em índices alarmantes. A ameaça de uma crise de segurança aumentou a pressão sobre sua administração à medida que se precipita a impulsionar reformas impopulares pró-crescimento através de um congresso notoriamente obstrutivo. 

Financial Times avalia que até agora, no entanto, o governo marcou uma série de "gols" em seu programa legislativo. Os analistas esperam que a ausência de qualquer desafiante credível ajudará Temer a avançar com reformas mais difíceis, apesar da falta de um mandato popular. 

> > Financial Times Temer and Brazilians put faith in economic revival

O diário britânico lembra que 97 prisioneiros morreram este mês em três incidentes em prisões superlotadas e caóticas no norte do Brasil, com guerra entre gangues rivais que operam pelo traiçoeira negócio de cocaína com as vizinhas Bolívia, Peru e Colômbia. Várias vítimas foram decapitadas e seus corpos lançados sobre as paredes da prisão. Analistas colocaram a culpa diretamente no sistema prisional. No ano passado, os presos foram assassinados em média de mais de um por dia em todo o país. Quase nada foi feito apesar dos avisos repetidos de que os tumultos eram prováveis. O Ministério da Justiça reservou R $ 2,4 bilhões (US $ 751 milhões) para melhorias nas prisões em 2016, mas não as desembolsou, de acordo com uma organização não-governamental que monitora gastos públicos, enquanto muitos dos 27 estados brasileiros não gastaram fundos destinados à prisão prédio.

Times diz que se a guerra de gangues de prisão fosse para as ruas - como aconteceu em 2006  seria diferente. Causaria uma preocupação popular mais imediata e talvez fosse impossível  ver uma recuperação da economia após ter contraído cerca de 8% nos últimos dois anos. Quando o congresso afastou Dilma Rousseff, antecessora de Temer, em meados do ano passado, muitas pessoas supunham que as coisas iriam melhorar rapidamente.

Mas o crescimento esperado este ano caiu de 1,4 por cento em setembro para 0,5 por cento nesta quarta-feira (11), de acordo com uma pesquisa do banco central. Os dados mais recentes mostram que 116 mil empregos foram perdidos em novembro, muito mais do que o esperado. Analistas do Itaú Unibanco observaram que "o mercado de trabalho continua a se deteriorar, impulsionando o desemprego. Esta tendência provavelmente irá permanecer durante alguns meses. "

Também continua apontada para o governo a metralhadora de escândalos oriundos da operação lava jato. Vazamentos na mídia local sugerem que Temer pode estar envolvido, mas ele nega. 

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