O Brasil sonha em entrar para o seleto grupo dos 30 países que hoje são membros da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem apenas três países latino-americanos como sócios (México, Chile e Peru).
>> Desejo de ingresso na OCDE faz Brasil ceder aos EUA sem garantia de nadaOs países habilitados a entrar para o chamado clube dos ricos têm de cumprir uma série de requisitos: inflação baixa, baixo endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), tarifas alfandegárias reduzidas, economias com grau mínimo de abertura e facilidades ao trânsito de capitais, além de níveis de desenvolvimento avançados (renda per capita bem mais elevada, melhor distribuição de renda, ambiente de negócios favorável e grau educacional bem mais robustos que os nossos).
Tudo será um longo aprendizado para uma eventual admissão na OCDE até 2023 ou, até mesmo, se tos as reformas pretendidas pela equipe econômica de Paulo Guedes, passar quase ilesa no Congresso, ainda no governo Bolsonaro, cujo mandato termina em 31 de dezembro de 2022. Mas um indicador sintetiza hoje toda a distância do Brasil para o grupo seleto: o nível nominal das taxas de juros (que embutem a expectativa de inflação futura e a margem dos respectivos bancos centrais de implementar política de juros reais [descontada a inflação]) capaz de não fazer a economia desgarrar para o descontrole.
Os membros da OCDE
A lista da OCDE, em ordem alfabética em inglês é a seguinte: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá,Chile, Coréia, Dinamarca, Eslovênia, Espanha,Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália,Japão, Letônia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Peru, Polônia,Portugal e Reino Unido.
Os níveis dos juros nominais
No ranking dos 40 maiores juros nominais, preparado pela Infinity Asset Management, antes do Federal Reserve dos Estados Unidos decidir hoje sobre os juros básicos, assim como o Copom, o país com os juros mais altos do mundo (fora a Venezuela, que é ignorada pelo mercado financeiro internacional) é a Argentina, com 63,71% ao ano, seguido pela Turquia, com 24,00% a.a. Do grupo da OCDE, o México vem em terceiro, com 8,25% a.a.
A Rússia, que não faz parte da OCDE, pratica 7,75%, lidera os juros entre os países componentes dos Brics. A África do Sul vem em 5º lugar, com 6,75%; o Brasil ocupa a 6ª posição, com 6,50% a.a., seguido da Índia, com 6,25%. a.a.
Integrar a OCDE exige requisitos econômicos e sociais. Uma coisa leva à outra, mas a verdade é que as economias mais equilibradas cobram juros baixos. Da lista de 40 países, a partir de Israel, cujo banco central pratica juros de 0,25% (ou seja, juros reais negativos, descontada a inflação).
TAXA DE JUROS NOMINAIS
As 40 maiores taxas de juros nominais entre os principais países do mundo
Ranking - País - Taxa Ano
1 - Argentina 63,71%
2 - Turquía 24,00%
3 - México 8,25%
4 - Rússia 7,75%
5 - África do Sul 6,75%
6 - Brasil 6,50%
7 - Índia 6,25%
8 - Indonésia 6,00%
9 - Filipinas 4,75%
10 - China 4,35%
11 - Colômbia 4,25%
12 - Malásia 3,25%
13 - Chile 3,00% *
14 - Hong Kong 2,75% *
15 - Estados Unidos 2,50% *
16 - Canadá 1,75% *
17 - Coreia do Sul 1,75% *
18 - República Checa 1,75%
19 - Tailândia 1,75%
20 - Nova Zelândia 1,75% *
21 - Cingapura 1,66%
22 - Austrália 1,50% *
23 - Polônia 1,50% *
24 - Taiwan 1,38%
25 - Hungria 0,90% *
26 - Reino Unido 0,75% *
27 - Israel 0,25% *
28 - Alemanha 0,00% *
29 - Áustria 0,00% *
30 - Bélgica 0,00% *
31 - Espanha 0,00% *
32 - França 0,00% *
33 - Grécia 0,00% *
34 - Holanda 0,00% *
35 - Itália 0,00% *
36 - Portugal 0,00% *
37 - Japão -0,10% *
38 - Suécia -0,25% *
39 - Dinamarca -0,65% *
40 - Suíça -0,75% *
Média geral 4,23%
* Países da OCDE
Fonte de dados: FMI e Bancos Centrais
Elaborado por Infinity Asset / MONEYOU.COM.BR