POLÍTICA

Embaixada de Israel diz que não convidou Bolsonaro para reunião na Câmara

"A presença do ex-presidente não era de nosso conhecimento antes da reunião", escreveu a Casa Diplomática; Encontro causou mal-estar com o governo Lula

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 09/11/2023 às 20:40

Alterado em 09/11/2023 às 20:52

Sede da Embaixada de Israel no Brasil Foto: Reprodução

A Embaixada de Israel no Brasil emitiu uma nota, nesta quinta-feira (9), negando ter convidado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para reunião, na Câmara dos Deputados, com parlamentares da oposição. O pronunciamento ocorreu em consequência ao mal-estar causado com o governo federal pelas ações e falas do embaixador Daniel Zohar Zonshine.

"A reunião de ontem no Congresso Nacional teve como intenção mostrar as atrocidades do 7 de outubro cometidas pelos terroristas do Hamas. Um material muito bruto e sensível. Convidamos parlamentares e apenas parlamentares. A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era de nosso conhecimento antes da reunião", diz a embaixada.

Zonshine também causou desconforto por comentar a atuação da Polícia Federal que prendeu suspeitos de ligação com o Hezbollah, do Líbano. Ele deu a entender que o grupo fundamentalista islâmico teria integrantes se infiltrando no país “porque aqui há quem os ajude”. Na nota, a embaixada israelense mostra uma outra postura e agradece o "sucesso da operação".

"Gostaríamos também de agradecer às autoridades brasileiras pelo sucesso da operação para evitar os ataques terroristas que teriam sido planejados aqui pelo Hezbollah", diz a nota da embaixada.

A atitude do israelense causou mal-estar no governo, que reagiu para defender a atuação soberana da Polícia Federal. A operação contou com cooperação da Mossad, de Israel, que capitalizou o tema para promover sua posição na guerra. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e mesmo a PF, fizeram duras críticas à embaixada israelense e defenderam a soberania do Brasil.