JUSTIÇA

Garnier admite reunião com Bolsonaro, mas nega oferta de tropas; assista ao vivo

Ex-chefe da Marinha rechaçou ligação com trama golpista

Por JB JURÍDICO
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Publicado em 10/06/2025 às 10:28

Alterado em 10/06/2025 às 11:02

Bolsonaro diante de Moraes em julgamento no STF Foto: Ansa/Epa

O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, admitiu nesta terça-feira (10) que participou de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada para analisar o cenário político após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro de 2022.

A declaração foi dada em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, relator da Ação Penal 2668 na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Segundo Garnier, durante o encontro foi exibida "uma tela de computador", que apresentava uma análise da conjuntura nacional.

"Era parte de uma análise do cenário político e social do Brasil naquele momento. Não se aprofundou em nada", disse o almirante, negando que o conteúdo tivesse conotação golpista.

O ex-comandante também desmentiu que tenha colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente Bolsonaro para qualquer plano de ruptura institucional e que tenha participado de reuniões onde se discutiu uma possível prisão de Lula. "Ouvi na imprensa e achei surreal, não fazem parte das normas das Forças Armadas atitudes dessa natureza", salientou.

A versão do almirante contrasta com o que foi dito em maio pelo ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, que declarou que Garnier teria oferecido efetivos navais a Bolsonaro.

Antes dele, já haviam prestado depoimento à Primeira Turma o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A expectativa é de que o ex-presidente seja interrogado nesta quarta-feira (11). (com Ansa)

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