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Morte no Recreio: policiamento é reforçado; Beltrame fala em violência desenfreada

Mulher de diretor do Trem do Corcovado foi morta em tentativa de assalto

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O policiamento foi reforçado no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, um dia após o assassinato de Ana Lúcia Neves, de 49 anos. O Instituto Médico-Legal (IML) liberou o corpo de Ana Lúcia, mas ainda não há uma definição do horário que seguirá para o Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde será velado e sepultado. Ana Lúcia foi morta a tiros na porta da academia que frequentava - Rio Sport Center - na quarta-feira (2). Ela teria se assustado ao ser abordada por assaltantes e acabou sendo baleada. Ana Lúcia era mulher de Sávio Neves, diretor da concessionária Trem do Corcovado, que por sua vez é sobrinho-neto do ex-presidente Tancredo Neves, sobrinho do vice-governador Francisco Dornelles e primo do também senador e ex-candidato à Presidência da República Aécio Neves. Ana Lúcia deixa três filhos.

Ana Lúcia chegou a ser levada para o Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas morreu não resistiu. A Secretaria municipal de Saúde chegou a afirmar que Ana Lúcia havia sido vítima de facadas. No fim do dia, o secretário Daniel Soranz negou essa versão. O caso agora está a cargo da Divisão de Homicídios (DH).

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Beltrame: violência urbana está desenfreada

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, comentou a morte de Ana Lúcia Neves. Ele afirmou que a polícia já conseguiu imagens de câmeras da região e identificou testemunhas. 

"Tenho certeza que vai se chegar à elucidação deste homicídio ou tentativa de latrocínio. Agora, a gente tem que ver que não se pode mais uma vez se confundir segurança pública com polícia. Tem que cobrar a polícia, mas temos que ver urgentemente no país, não só no Rio de Janeiro, a questão da violência urbana. Ela está desenfreada, sem limite no país inteiro. Fatos tristes como este hoje no Rio tenho certeza que aconteceram em outros lugares também no Rio de Janeiro", disse acrescentando que é preciso que outros setores do governo atuem contra a violência:

"Outros atores tem que entrar nessa questão porque a polícia é parte dessa solução, mas ela não tem todas as respostas. Ela tem um papel dentro da segurança pública, mas ela também não vai poder resolver todos os problemas parecidos com este que acontecem em todos os lugares do Brasil. Assistência social, propostas para a juventude, recuperação de pessoas que estão apenadas, sistema prisional, têm toda uma série de questões que tem que se resolvidas. Qual a causa disso, o que levou a isso? É desemprego? É falta de dinheiro? O que é? Ninguém fala em causa, somente cobra polícia, polícia, polícia. E polícia não vai resolver tudo."