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Reunião entre garis e Comlurb termina sem acordo

Classe decide continuar a greve e Comlurb revoga demissões

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A reunião entre representantes dos garis que aderiram à greve e a direção da Comlurb terminou sem um consenso entre as partes. Os trabalhadores não fecharam um acordo com a Prefeitura e anunciaram que a greve da classe continuará, pelo menos, até esta quinta-feira, quando será realizada uma nova reunião, às 10h. Em contrapartida, as demissões anunciadas serão revogadas.

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Atualmente, o piso salarial dos garis é de R$ 803. A categoria reivindica um reajuste para R$ 1.200,00, enquanto a prefeitura propõe R$ 877, segundo o gari Fábio Coutinho, que também faz parte da liderança do movimento de paralisação. Além disso, os trabalhadores pedem o aumento do tíquete-refeição de R$ 12 para R$ 20 por dia, o retorno do pagamento do triênio e do quinquênio, pagamento de horas extras trabalhadas nos fins de semana e feriados e melhoria das condições de serviço.

Segundo o representante do Fórum de Lutas, Thietlo Bertola, alguns garis foram notificados das suas demissões através de cartas, mensagem de texto no celular e por correio eletrônico. Após a reunião, a Comlurb anunciou aos grevistas que todas as formas de demissão foram suspensas. Sobre a negociação com a classe, o gari Cláudio, que faz parte da liderança do movimento, acredita que “o prefeito está sendo intransigente com a categoria. Ele não chega a um denominador comum. Isso é escravidão”. O gari justifica a greve dizendo que “a classe está querendo o básico para viver com um mínimo de dignidade”.

No final da tarde desta quarta-feira, três garis foram detidos e encaminhados para a 12ª Delegacia de Polícia, em Copacabana. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Marcelo Chalréo, os garis conversavam com colegas de trabalho, tentando convencê-los a aderir à greve. Até o momento, ainda não há informações oficiais sobre os motivos que levaram os garis à 12ª DP. Chalréo contou que "a delegada está cerceando o trabalho dos advogados e abusando de sua autoridade. Consideramos isso um total absurdo”. 

Ele explica que os advogados ainda não sabem da condição dos garis, que já foram qualificados. “Ela está enrolada nas próprias pernas e  não sabia se iria transferir o caso para a Delegacia de Polícia Federal. Ainda não sabemos pelo que eles foram autuados ou se isso já aconteceu. A princípio, a informação que temos é que eles responderiam por violação das normas relativas ao direito do trabalho”, esclareceu Chalréo.

Apesar da paralisação, alguns garis já faziam a limpeza da Lapa, no Centro do Rio, na noite desta quarta-feira. O bairro foi um dos mais prejudicados com a greve.