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PM impede que professores em greve sigam até o Palácio Guanabara

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Centenas de profissionais da educação das redes públicas municipal e estadual do Rio de Janeiro foram impedidos de seguir em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, na tarde desta quinta-feira. Uma barreira de policiais  militares impediu que os professores ultrapassassem a Rua Pinheiro Machado, nas Laranjeiras.

A via está totalmente interditada pelos PMs, na altura da sede do Fluminense.

Os policiais usam escudos e capacetes e formam uma verdadeira "muralha", impedindo o avanço dos profissionais. Os professores tentam negociar com os PMs o acesso até o Palácio Guanabara 

A Rua das Laranjeiras, uma das principais do bairro, também foi interditada pela prefeitura.

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Até o momento, a manifestação é pacífica. Os participantes cantam, mostram cartazes com suas reivindicações e agitam bandeiras. 

Pela manhã, os professores se concentraram no Largo do Machado, de onde seguiram em passeata rumo ao Palácio Guanabara. Os manifestantes também devem seguir depois para o Palácio da Cidade, em Botafogo.

Os professores municipais decidiram, em assembleia realizada na quarta-feira (9), pela manutenção da greve, que já dura mais de dois meses. Cerca de cinco mil profissionais se reuniram no Clube Municipal, na Tijuca, Zona Norte. A categoria seguiu para uma passeata até a sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, que ocorreu sem incidentes e terminou por volta das 17h. Na altura da Central do Brasil eles fizeram o enterro simbólico da educação.

Os professores rejeitam o plano de cargos e salários aprovado no dia 1º de outubro e que equipara a remuneração dos professores com a mesma formação, além de não oferecer benefícios para os profissionais que têm cursos de especialização. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou nesta terça (8) que vai manter a decisão de cortar o ponto do professor que continuar em greve, de forma retroativa desde o dia 3 de setembro.

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>>Eduardo Paes mantém o corte no ponto dos professores em greve

Para o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe) a reunião realizada nesta terça (8) pelo prefeito Eduardo Paes com os conselhos de professores, pais de alunos e a secretária de Educação, Cláudia Costin, representou mais "uma tentativa de desmoralizar as reivindicações da classe e os professores não estavam esperando nada desse encontro". A coordenadora do Sepe, Marta Moraes, afirmou que o sindicato não foi convidado para a reunião e desde que o plano de carreira foi aprovado, os professores tentaram diálogo com a prefeitura, sem sucesso. Segundo o Sepe, cerca de 60% da categoria aderiram à greve. Paes declarou durante a reunião com os conselhos que está buscando novos canais para negociar o fim da paralisação e desistiu de dialogar com o Sepe.

Negativa da Justiça

O Tribunal de Justiça do Rio negou a ação movida pelos professores contra a liminar que determinava o retorno imediato da categoria às atividades. O Sepe pode pagar multa de R$ 200 mil por dia, se desobedecer a determinação judicial. Segundo a coordenação do Sepe, será realizada ainda uma audiência de conciliação entre prefeitura e sindicato para definir essa questão e o sindicato entrará com novo recurso. A data da audiência ainda não foi divulgada.

Protesto no Centro

Na tarde de segunda-feira (7), professores colocaram cerca de 50 mil pessoas no Centro do Rio, em uma manifestação pacífica por melhorias salariais e melhores condições de trabalho. No fim da passeata, integrantes do grupo black bloc se infiltraram e o protesto acabou em depredações.

Aprovação polêmica

A aprovação do plano de cargos e salários dos professores aconteceu na tumultuada tarde do dia 1º de outubro. Do lado de fora da Câmara de Vereadores, professores protestavam contra o plano, enquanto que, do lado de dentro, vereadores aliados do prefeito o colocavam em votação. Policiais militares entraram em ação para coibir a manifestação, e houve confronto, com professores denunciando ação truculenta e violenta dos PMs.