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Polêmica: professores são gratos aos mascarados, mas não apoiam vandalismo

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"Os blacks blocs evitaram que os professores fossem massacrados durante a desocupação da Câmara Municipal pelos policiais militares, na noite do dia 28 de setembro", afirmou a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe), Marta Moraes. Marta esclareceu que essa atitude despertou um sentimento de gratidão a esse grupo na categoria. Ela disse ainda que o sindicato não concorda com a violência e afirma que a bandeira dos professores grevista é conscientizar a população quanto o plano de cargos e salários da classe, que não contempla somente salários, mas especialmente a qualidade do ensino.

Marta Moraes justificou as informações contidas em um panfleto distribuído para os manifestantes na quarta-feira (9), após a assembleia da classe, no Clube Municipal, no bairro da Tijuca, zona norte da cidade. "Os comentários sobre panfleto publicados na imprensa hoje é uma distorção do que realmente comunicamos. Nós agradecemos a todas as pessoas que estão solidárias e ajudando o nosso movimento, desde que se submeta às concepções e às tradições da categoria", disse Marta. Questionada quanto à relação do Sepe com o grupo black blocs, Marta disse que o sentimento que existe é de gratidão entre professores e mascarados, desde o episódio violento de desocupação da Câmara por policiais da tropa de Choque, que resultou em vários profissionais feridos. "Se não fosse os black blocs que nos ajudaram sair do local, muitos professores ficariam feridos. Eles ajudaram muito ali e agradecemos por essa atitude solidária", afirmou Marta.

Panfletos, cartazes, músicas, palavras de ordem são as "armas" que o Sepe está utilizando "em defensa da qualidade do ensino no Rio", argumenta Marta Moraes. Segundo ela, nas assembleias a orientação aos professores para os atos públicos é manter o trabalho de conscientização quanto o plano de carreira, que ainda não é bem compreendido pela população. "Esses comentários sobre mascarados e outros é para tirar o foco da questão, da nossa revindicação. É uma estratégia dos governantes", diz a coordenadora. 

Para Marta, o importante nesse momento é a população compreender que a categoria não aprova, por exemplo, a chamada polivalência que é prevista no plano de carreira aprovado pela prefeitura. "Pela polivalência, o professor de uma disciplina passa a dar aula de outras matérias e queremos evitar que isso aconteça. Além disso, as salas de aula estão lotadas, as creches não recebem material necessário ao seu bom funcionamento e muitas outras deficiência que queremos resolver nesse momento, em prol não só dos professores, mas dos alunos e seus responsáveis", disse a coordenadora do Sepe.