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Em novo vídeo, atirador de Realengo mostra que já pensava em atentado em 2010

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou nesta quarta-feira um novo vídeo,gravado em julho de 2010, no qual Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, o atirador da escola de Realengo, na zona oeste do Rio, aparece lendo um texto, com us supostos motivos que o levaram a realizar o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira na última quinta-feira, matando 12 crianças e ferindo outas 12. Na gravação, de cerca de 1 minuto, ele diz que "os falsos descobrirão quem sou de uma maneira mais radical":

“A maioria das pessoas acha que eu sou idiota, se aproveitam da minha bondade. São falsos e descobrirão quem sou da maneira mais radical, em uma ação que farei pelos meus semelhantes que são humilhados, agredidos e desrespeitados em vários locais, principalmente em escolas e colégios pelo fato de serem diferentes e não fazer parte do grupo dos infiéis, dos desleais, falsos, corruptos, dos maus. São humilhados por serem bons”.

Nas imagens, o atirador aparece sentado em uma poltrona e lê o texto para a câmera. Tudo indica que ele mesmo produziu o vídeo, sem a ajuda de outra pessoa. Nas imagens, ele aparece com a barba por fazer.

 As imagens estavam em um disco rígido de computador na casa do atirador em Sepetiba, na zona oeste da cidade. Os policiais informaram que o vídeo é o único dado interessante para a investigação encontrado nesse disco rígido. Entretanto, a análise do material ainda não acabou. 

Em outro vídeo exibido na última terça-feira (12) pela TV Globo, o atirador aparece em imagens feitas aparentemente dois dias antes do massacre, no qual também dá pistas dos motivos que podem tê-lo levado a cometer o delito:

“A luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem”. 

A Polícia Civil informou desconhecer esse vídeo, e que sua procedência será investigada. A gravação revela ainda que atirador foi ao local do crime três dias antes do ataque, na segunda-feira, para observar a rotina do colégio. O atirador diz que tirou a barba para não chamar atenção. Ele explica ainda que, meses antes, já havia ido à escola para planejar o ataque. 

“Hoje, é segunda... Terça-feira, aliás. Eu fui ontem, segunda [à escola]. Hoje é terça-feira, dia 5. E essa foi uma tática para não despertar atenção. Apesar de eu ser sozinho, não ter uma família praticamente... Eu vivo sozinho, não tenho pessoas a dar satisfação. Mas, como eu precisava ir ao local e interagir com pessoas, para não chamar atenção, eu decidi raspar a barba”.

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