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Simon: 'É impressionante que Dirceu, mesmo processado, tenha continuado'

Ex-senador teme que aconteça no setor elétrico o que ocorreu na Petrobras: ‘será um Deus nos acuda’

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O ex-senador Pedro Simon em entrevista por telefone ao Jornal do Brasil, comentou a nova prisão de José Dirceu na manhã desta segunda-feira em Brasília, na 17ª fase da Lava Jato. O petista é suspeito de ter idealizado o esquema de corrupção na Petrobras, além de recebimento de propina da estatal para sua empresa de consultoria.

"É um momento muito importante. Nós sabemos que o José Dirceu já está caminhando para ser reincidente”, disse o ex-senador pelo PMDB. “Ele já é réu e se for condenado novamente, não tem dedução de pena, não tem absolutamente nada. O que me surpreende são as perspectivas, não sei se verdadeiras ou não, de que alguns desses fatos que estão sendo apurados agora já são de depois do mensalão, numa hora em que José Dirceu já estava respondendo a um processo. É impressionante. Dá uma angústia ver que Dirceu mesmo sendo processado, num processo caro onde era considerado a figura principal, tenha continuado”, afirmou Simon. 

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Simon prevê momentos turbulentos na política nacional: “Este processo está indo por um caminho muito delicado. E se repetir agora na energia elétrica o que aconteceu com a Petrobras, vai ser um ‘Deus nos acuda’. Realmente é uma situação que fica, eu diria, quase que insustentável”. 

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O ex-senador defendeu o trabalho que vem sendo conduzido pelo juiz Sérgio Moro: “Hoje está provado que esse juiz Moro não só é muito competente, e muito sério, mas está agindo com uma extraordinária capacidade. Ele está seguindo no ritmo como deve ser feito, respeitando o Supremo. Isso é muito bom. Não está havendo um confronto dele com o Supremo, Pelo contrário. Ele está indo e as coisas que ele está fazendo estão sendo confirmadas no Supremo”. 

Para Simon, o Brasil está vivendo um momento histórico e inédito: “Eu acho que uma coisa muito importante nessa hora do Brasil é que as coisas vêm funcionando no sentido da apuração e é algo que nunca aconteceu na história do Brasil”.

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