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El Clarín chama eleições brasileiras de voláteis depois de nova guinada de Dilma

Jornal argentino diz que Marina não convenceu pela falta de firmeza 

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O jornal argentino El Clarín publicou no último domingo (21) um artigo falando sobre a retomada da liderança de Dilma Roussef na corrida presidencial. O jornal diz que “se algo surpreendente nestas eleições brasileiras é a volatilidade do favoritismo dos candidatos”. Eles se referem ao fato de que duas semanas antes das eleições, Marina Silva caiu de 33 para 30% das intenções de voto.  Já Dilma Rousseff, subiu de  34 para 37%, consolidando sua liderança no primeiro turno. O terceiro na disputa, Aécio Neves, subiu de 15 para 17%. 

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O jornal analisa dados da Datafolha e diz que eles indicam que Marina perdeu segmentos da população que tinha se deslumbrado com sua proposta de "nova política", mas ficaram desapontados com a falta de um projeto consistente. Um dos motivos que também pode ter influenciado nessa escolha é o discurso conservador da candidata.  

“A ex-ministra do meio ambiente parece ter pago caro pela imprecisão de suas iniciativas e em uma semana viu aumentar em 11 pontos a rejeição dos eleitores brasileiros. Subiram de 11 para 22% o número de pessoas que afirmaram que não votariam nela de nenhuma maneira”, diz o jornal.  Ainda segundo o Clarín, Marina Silva perdeu votos entre os mais jovens e mais educados.

Seu vice, Beto Albuquerque, mostrou que o projeto não difere essencialmente do que a de seus adversários. No início desta semana, o líder disse se aliaria a Movimento Democrático Brasileiro (PMDB): "Sem eles, não se pode governar", disse ele. O PMDB apoia oficialmente Dilma, e é também o grupo com o maior número de deputados e senadores em todo o país.

O jornal diz que a liderança de Marina, com a organização política brasileira, não seria muito diferente do que acontece com o PT hoje com seus partidos aliados, que inclui o PMDB. “Esta  estratégia de governo de Dilma custou, entre outras coisas, a criação de uma enorme quantidade de ministérios e sua distribuição entre os parceiros”, diz o jornal, questionando como Marina faria se fosse eleita.