A maldição psicológica e técnica de o campeão do mundo ser eliminado na primeira fase da Copa seguinte atingiu a Alemanha, uma decepção, com três péssimas atuações. Eu estava presente, em 1966, quando o Brasil foi desclassificado, na fase inicial, após ser campeão em 1962. A diferença é que o Brasil, na época, enfrentou duas fortes seleções, Portugal e Hungria. A Alemanha perdeu para a Coreia do Sul e para o México. A torcida brasileira ficou dividida, em querer dar o troco na Alemanha e, ao mesmo tempo, aliviada, traumatizada com os 7 a 1.
Ontem, como acontece todos os dias, surgiram dezenas de novas estatísticas. Muitas são úteis; umas, inúteis; algumas, interessantes; e outras nem isso. As estatísticas úteis ajudam muito na compreensão dos fatos, mas não se pode analisar o futebol baseado somente nos números.
O primeiro tempo foi equilibrado, mas o Brasil fez 1 a 0, graças ao talento de Coutinho, que deu um belo passe para Paulinho, que, de seu jeito, penetrando na área, encobriu o goleiro. Ainda bem que Tite teve bom senso, não barrou Paulinho nem colocou Coutinho pela direita, no lugar de Willian, que também queriam que saísse do time. Willian jogou bem. Atacou com habilidade e velocidade e voltou, como sempre, para marcar ao lado dos volantes.
No início do segundo tempo, a Sérvia pressionou e criou umas duas chances de gol. Aí, Tite, novamente, acertou, ao trocar Paulinho por Fernandinho, para reforçar a marcação. Em um escanteio, Thiago Silva fez, de cabeça, o segundo gol, mostrando que o Brasil também é bom no jogo aéreo. A Sérvia se desanimou após o segundo gol, e o Brasil ensaiou um show. O escanteio foi batido por Neymar, uma entre tantas de suas qualidades. Neymar atuou muito bem, pela esquerda e pelo centro, sem dar chiliques, reclamar, discutir nem simular. Tite deve ter conversado com ele.
Coutinho, seguido por Neymar, foram os principais destaques. Todos os outros foram bem, especialmente a zaga, com Thiago Silva e Miranda. Paulinho, como sempre, discreto como armador, foi, mais uma vez, importante, pelo primeiro gol.
Não foi uma atuação brilhante da seleção, que não deu espetáculo, porém jogou bem, com segurança, disciplina, eficiência, talento individual e coletivo. Fiquei mais animado, ainda mais depois da derrota do México para a Suécia, por 3 a 0.