A existência de um órgão de imprensa é sempre a reafirmação do espaço de liberdade na vida de um povo. E quando o veículo carrega consigo uma história e uma tradição iniciadas em 1891, essa afirmação ganha relevo e densidade adicionais. O retorno do Jornal do Brasil portanto, é uma excelente manchete.
O JB durante décadas foi narrador privilegiado das conquistas da Nação Brasileira. Mas também enfrentou corajosamente os reveses de nossa história, quando a prática do bom jornalismo e o exercício da liberdade de imprensa foram cerceados por medidas autoritárias. Sabemos hoje o quanto é importante a existência de uma imprensa livre e plural para consolidar a hegemonia democrática de um povo na condução do seu desenvolvimento.
A despeito da influência crescente das redes sociais e outras novidades desta era da internet, a imprensa tradicional ainda fixa agendas, pauta a conversa pública, forma e informa a cidadania e vocaliza as discussões na sociedade. Nesse contexto, o jornalismo deve ser livre e plural para exercer, com equilíbrio, o papel de grande praça de debates onde os diferentes anseios e demandas da Nação sejam representados.
Idéias e interesses distintos estão presentes na construção do desenvolvimento. Não podem e não devem ser evitados ou discriminados. Pelo contrário. O equilíbrio emerge da transparência, do diálogo, da negociação política. Também é assim no caso do jornalismo e da necessária isenção informativa.
Sem dúvida, a mediação de uma imprensa isenta e democrática – a exemplo do jornalismo praticado historicamente pelo Jornal do Brasil – pode contribuir de forma inestimável para que esse espírito, ao mesmo tempo crítico e comprometido com a verdade, predomine. Vida longa ao ‘velho JB’ novo.
* Senador (MDB CE),Presidente do Senado e do Congresso Nacional