A volta do Jornal do Brasil, em sua versão impressa, tem a cara da retomada daquele JB independente e crítico que não vergava diante da censura imposta pela ditadura. Hoje a “censura” é do mercado, que conseguiu fazer a imprensa brasileira ter somente a mesma opinião – a que lhe interessa.
Por isso saúdo a volta do JB, com a esperança de uma voz independente, de um espaço para o jornalismo investigativo e da ressonância para o pluralismo das ruas.
O estado do Rio de Janeiro, rebaixado, depenado, maltratado e humilhado, desde o golpe do impeachment da legítima presidenta Dilma, enfrenta agora mais um suplício: a intervenção militar para combater, supostamente, o crime organizado. Mas os fuzis estão apontados para a favela, como se nesta não vivessem também cidadãs e cidadãos brasileiros.
Colocar a intervenção federal na lupa do jornal, acompanhando cada passo dos militares e ecoando o grito dos que não têm voz, é função do jornalismo independente que o JB promete ser. Benvindo às dores da vida real, mas também às alegrias do dever cumprido.
*Deputada Federal (PT-RJ) e ex-governadora do RJ