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Se non é vero...

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No ano de 1972, sendo prefeito de São Paulo o engenheiro Figueiredo Ferraz, foi dado “um passo de sete léguas” no que diz respeito à administração do trânsito urbano, passando a engenharia de tráfego para a responsabilidade municipal. Somente em 1997, com o advento do atual Código de Trânsito Brasileiro, esta providência foi adotada para todo o Brasil. Trocava-se o sistema de administração americana, onde toda a responsabilidade de gerenciar o trânsito ficava no Departamento de Policia, pela divisão lógica entre os poderes envolvidos,quem constrói as vias a administra, o Município, portanto.

Tive, na época, o privilégio de trabalhar na reestruturação do tráfego no Centro de São Paulo, na gestão de seu substituto, Miguel Colassuomo, e pude sentir a correção da medida de, sob convênio, a Prefeitura receber um contingente da Policia Militar, profissionais, portanto, sob o comando de um coronel, para atuar no policiamento do que ordenava  a engenharia. Nascia ali um arremedo do que, na Europa, já de há muito se fazia, criando o diretor de engenharia e o de circulação. Dava-se “a Cesar o que é de Cesar”. E o que é mais importante, sob o comando do diretor do DSV, Departamento do Sistema Viário. Funcionou e não sei se ainda é assim, uma vez que me afastei do convívio com os colegas de São Paulo, desde a morte do excelente engenheiro de tráfego Roberto Scaringella.

E aqui no Rio, o que houve? Verdadeiro “samba do crioulo doido”, meteram os “pés pelas mãos”, retirando da Polícia Militar o controle do trânsito  e entregando-o  a uma empresa terceirizada (!), cujo papel poderia ser, no máximo, igual ao das “Warren” em Londres, a quem cabe a fiscalização do estacionamento irregular e, concomitantemente, nesta fiscalização o “status’ legal do veículo autuado. A autorização para multar foi entregue a uma Guarda Municipal despreparada, felizmente, ao menos, comandada por um profissional, oficial superior de Polícia Militar.

Por todo este quadro confuso, no qual nós “pobres mortais” não sabemos a quem recorrer, quando nos sentimos prejudicados por alguma ação do poder público nesta área.

A minha motivação para abordar este assunto, da maior importância para a ordem no trânsito, foi o fato de haver presenciado, aqui na Barra, no Jardim Oceânico, numa praça de circulação local, estacionada uma viatura da Policia Militar, furgão com carroceria adaptada para transportar presos, onde, ao seu lado, dois policiais paravam autos de passeio, a fim de, creio eu, verificar documentos.

Pergunto: Com que autoridade? Por ordem de quem? Com que propósito? Tudo muito suspeito, fruto da absoluta falta de autoridade e de controle do responsável por  esta cena suspeitíssima que, como escrevi, não sei a quem recorrer, que nos deixa à mercê de maus policiais que praticam a velha prática: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

“Se non é vero é bene trovato”.