Hoje
se conhece mais precisamente, e quase sem interrupção, o pensamento dos
eleitores. O que tende a transformar os representantes no Parlamento em simples
mandatários dos representados. Cada vez que os representantes se afastam da
opinião dominante são compelidos a tentar justificar-se.
A profissionalização das pesquisas de opinião permite conhecer o teor das opiniões quase no mesmo momento em que são expostas. Os próprios aperfeiçoamentos das técnicas de pesquisa, mais confiáveis, terminam por modificar as opiniões que, até então, se pretenderia apenas descrever.
Os que se ocupam da política sabem que, afinal, as pesquisas de opinião acabam por multiplicar trocas entre cidadãos, facilitadas pela existência de uma sociedade organizada em rede. Hoje o debate e a reflexão sobre a realidade política do país acontecem especialmente através do uso da internet.
A proximidade real, feita de trocas entre cidadãos que compartilham as mesmas preocupações e têm o mesmo horizonte, se estabelece cada vez mais através da discussão pública em rede social. Combinar técnicas novas de democracia direta com estruturas políticas clássicas já é uma realidade.
Nas
próximas três semanas, governo e oposição vão protagonizar (neste segundo turno
da eleição) a mais acirrada disputa política desde a redemocratização: as
oposições serão capazes de andar juntas?
*Tarcísio Padilha Júnior é engenheiro