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Comissão Popular da Verdade quer reunião

Entidade prepara dossiê sobre intervenção

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Integrantes da Comissão Popular da Verdade, criada para monitorar eventuais violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da intervenção federal por parte das Forças Armadas e das polícias Civil e Militar, farão, hoje, uma visita à Favela da Mangueirinha, na Baixada Fluminense, e na sexta-feira, à do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte. Por conta da operação de quarta-feira da Favela da Maré, que resultou na morte de sete pessoas, entre elas o adolescente Marcus Vinícius  da Silva, 14 anos, baleado pelas costas por policiais num veículo blindado, segundo relato do próprio e de uma testemunha que o socorreu na hora, a Comissão pretende se reunir no início da próxima semana com o interventor, general Walter Braga Netto, por intermédio da Defensoria Pública, para debater as ações das forças de segurança nas favelas do Rio. 

Membro da comissão e diretora da Executiva Nacional da CUT, Virginia Berriel divulgou a programação por meio de sua página no Facebook, na tarde de sexta-feira, ainda sob o impacto e a comoção pela morte de Marcus Vinícius. Segundo ela, a Comissão recebeu informações de que houve mais mortos do que o divulgado pela polícia. “Eles dizem que foram mortos seis traficantes, mas, na verdade, foram muito mais. E vários e vários feridos. Uma menina de 14 anos também foi atingida e veio a falecer no hospital. Ela não foi levada para a UPA. A familia, por medo, recusou-se e recusa-se a divulgar o nome da menina”, escreveu Virgínia, ressaltando que “esse foi o relato de defensores de direitos humanos, que residem na Maré, numa reunião na Defensoria Pública” na quinta-feira, no dia seguinte à operação.

Mais homicídios no fim de semana 

Três homens foram mortos na noite de  sábado, em confrontos próximos a favelas da Zona Norte do Rio. No Morro do Urubu, em Pilares, dois homens foram baleados após trocar tiros com policiais do Batalhão de Choque. Segundo informações da Polícia Militar (PM), policiais faziam patrulhamento numa rua próxima à comunidade quando se tornaram alvo de disparos. Houve troca de tiros, e dois homens, apontados pela PM como traficantes, foram baleados. Ambos foram levados ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiram aos ferimentos, segundo relato da Polícia Militar em seu canal oficial no Twitter. Em nota, a PM disse que foram apreendidos um fuzil e uma pistola.  No Morro Jorge Turco, em Coelho Neto, um morador morreu após ser atingido por tiros. Policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de Rocha Miranda, patrulhavam a Avenida dos Italianos e foram chamados ao local do homicídio. A PM informou não ter feito operação naquela comunidade na noite de sábado. A Delegacia de Homicídios foi chamada para realizar perícia.

Na Zona Sul, equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM fizeram  uma operação, ontem, no Morro Chapéu Mangueira, vizinho ao Morro da Babilônia, no Leme, onde traficantes de facções rivais trocaram tiros na manhã de sábado deixando um morto e um ferido. Até o início da noite de ontem, porém, não houve registro de novas vítimas. (Com Estadão Conteúdo)