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Delator afirma que Beltrame recebia 'mesada' de R$ 30 mil

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O delator Carlos Miranda afirmou em depoimento que o ex-secretário de Segurança José Mariano Beltrame teria sido um dos beneficiados pelo esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral. De acordo com Miranda, de 2007 a 2014, Beltrame teria recebido R$ 30 mil por mês. Os recursos teriam sido entregues à mulher dele, a professora de Educação Física Rita Paes. As informações são do O Globo.

A delação de Miranda foi homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Tanto Beltrame como Rita Paes negam as acusações. Beltrame afirmou que coloca as declarações de bens, contas bancárias e outros dados patrimoniais à disposição das autoridades, e que nunca recebeu propina. Ele chamou de “vagabundo e mentiroso” o economista Carlos Miranda.

>> Beltrame nega esquema de corrupção e diz que acusação é "fantasiosa"

Preso desde novembro de 2016, Carlos Miranda é acusado de ser o principal operador de Cabral, responsável pela coleta e distribuição de propina do esquema. Ainda de acordo com a sua delação, antes de chegar a Beltrame, o dinheiro seria repassado ao empresário e ex-assessor de Cabral Paulo Fernando Magalhães Pinto, que também era dono do apartamento alugado por Beltrame.

Paulo Fernando também foi preso pela Lava Jato, mas fez acordo de delação. Ele afirmou que vendeu metade do iate Manhattan, avaliado em R$ 5,3 milhões, ao ex-governador. Reportagem publicada pela revista “Veja” em janeiro do ano passado mostrou os filhos de Beltrame em fotos a bordo da Manhattan, em Angra dos Reis. 

Governador Pezão recebia mesada de R$ 150 mil, diz delator

Carlos Miranda também afirmou que Luiz Fernando Pezão (MDB) recebia mesada de R$ 150 mil, e que a propina ao então vice-governador do Rio incluía décimo terceiro salario e bônus, que totalizavam R$ 1 milhão. 

O principal operador do esquema de corrupção no Rio ainda afirmou que o atual governador recebia, além da mesada, propina extra de R$ 300 mil. O montante é referente aos serviços feitos por empreiteira na residência de Pezão, em Piraí, no Vale do Paraíba.

Miranda frisa em seu depoimento que Sérgio Cabral o encarregou de fazer os pagamentos a Pezão. Ainda de acordo com o delator, quando Cabral deixou o governo o caso se inverteu: Pezão o indicou para efetuar os pagamentos ao seu padrinho político. O valor, mensal, era de R$ 400 mil.