A defesa do ex-governador Anthony Garotinho, que foi transferido neste sábado para o Complexo Penitenciário de Bangu 8, na Zona Oeste da cidade, questionou, neste domingo (26), a falta de ações das autoridades em relação às regalias do ex-governador Sérgio Cabral.
Nesta sexta-feira (25), o Ministério Público do Rio de Janeiro realizou uma vistoria em celas da cadeia pública de Benfica, na Zona Norte da cidade, e encontrou alimentos proibidos pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).
Segundo os procuradores, alimentos como camarão, iogurtes, frutas secas e bolinhos de bacalhau estavam sendo fornecidos por pelo menos três restaurantes da cidade e tinham como destino presos da Operação Lava Jato, como Cabral e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Jorge Picciani (PMDB).
O Ministério Público informou que enviou os alimentos para perícia e que vai comunicar a denúncia ao juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Garotinho desiste de pedir retorno à Benfica
A defesa de Anthony Garotinho afirma, ainda, que optou por não pedir a transferência do ex-governador de volta para Benfica, como chegou a cogitar no sábado (25). "O advogado Carlos Azeredo informa que esteve com Anthony Garotinho na tarde deste sábado e constatou que as condições dele no presídio de Bangu estão melhores do que no presídio de Benfica, onde havia sérios riscos à integridade física do ex-governador".
A transferência de Garotinho foi autorizada pela Vara de Execuções Penais, após relato do ex-governador, na última sexta-feira (24), de agressões sofridas na cela na madrugada anterior. Garotinho foi preso pela Polícia Federal na quarta-feira (22). A conhecida foto de membros do grupo de Sérgio Cabral com guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris, foi divulgada à imprensa por Garotinho.