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"Não estamos abandonando a Rocinha", diz Jungmann após saída das Forças Armadas

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O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reforçou nesta sexta-feira (29) que as Forças Armadas "não estão abandonando a Rocinha'". O ministro garantiu que se os criminosos que tentaram invadir a favela voltarem, as tropas federais também voltarão.

"Não estamos abandonando a Rocinha, estamos retirando o efetivo que precisa ser empregado em outros lugares. Se for necessário, e a pedido do governo do estado, temos condições de voltar rapidamente", disse. Ao comentar uma possível volta do traficante Rogério 157 para a favela, afirmou que "se ele voltar, nós voltaremos". As declarações foram dadas durante Conferência Internacional de Segurança do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

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Raul Jungmann voltou a justificar a saída das tropas argumentando que a situação na favela mudou após a operação integrada, e que o chefe do tráfico já não se encontra na Rocinha.

"O delito zero ou a ocorrência de crime zero é uma utopia. Falávamos de uma guerra entre gangues, falávamos de uma população aterrorizada e presa nas suas casas. Isso não está acontecendo", disse.

Jungmann frisou ainda que as conversas com presos perigosos têm que ser monitoradas para evitar que saia de presídios de segurança máxima ordens de invasão, como ocorreu na Rocinha.

"Todo e qualquer contato de familiares e advogados com esses presos tem que ser gravado, e estar à disposição da justiça para qualquer necessidade de averiguação ou investigação", afirmou o ministro, que vai pedir o apoio da OAB a essa medida.

Investigações apontam que a ordem para tentar invadir a Rocinha em meados de setembro partiu de Antonio Bonfim dos Santos, o Nem, do presídio federal em Rondônia, onde ele está preso desde 2011.

"Se o comando do crime organizado, como o Nem, que está lá em Rondônia, transmite uma ordem para o Rio de Janeiro, que leva uma guerra para a Rocinha, isso não pode continuar, isso não deve continuar", disse o ministro.

O porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Itamar, destacou ainda que não cabe às Forças Armadas a prisão dos criminosos que estão foragidos. “A questão dos traficantes que ainda não foram presos, também é um objetivo dos órgãos de segurança pública do estado. Não se trata exatamente de uma atribuição das Forças Armadas a prisão de procurados pela polícia”, afirmou.

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Com Agência Brasil