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Sírio agredido em Copacabana recebe título de Cidadão Fluminense na Alerj 

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O imigrante sírio Mohamed Ali Kenwy, que foi agredido em Copacabana no fim de julho, receberá o título de Cidadão Fluminense na próxima quarta-feira (13). A cerimônia, idealizada pelo deputado Wanderson Nogueira (PSol), acontecerá às 10h, no Plenário do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Agressão

Mohamed mora no Brasil há cerca de três anos e vende esfihas em Copacabana, Zona Sul do Rio, onde foi insultado e teve suas mercadorias jogadas no chão. Mesmo diante da agressão, o sírio disse amar o país e não querer problemas, por isso não prestou queixa na delegacia e se manifestou de forma pacífica pessoalmente e nas redes sociais.

Em solidariedade à Mohamed, centenas de brasileiros fizeram fila em frente ao carrinho de salgados árabes do sírio no último dia 12 de agosto. O evento ficou conhecido como “esfihaço” e lotou a esquina da Rua Santa Clara com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana. "Não sei dizer como eu me sinto agora. Sou a pessoa mais feliz do mundo hoje. Esse movimento mostra como os brasileiros recebem as pessoas. Os brasileiros são muito amáveis", afirmou Mohamed na ocasião.

Refugiados

Para Wanderson Nogueira é fundamental levantar o debate sobre as políticas para os refugiados e estrangeiros. “O que aconteceu com Mohamed nos assusta e ao mesmo tempo nos enche de esperança por ver tanto acolhimento. Tivemos uma oportunidade de dar um sinal claro, com o título de cidadão fluminense, que ele e todos os estrangeiros ou refugiados são bem-vindos aqui. Acima de tudo somos seres humanos e o respeito é a essência do amor tão fundamental para nossa convivência”, destacou o parlamentar.

O deputado, que é coordenador do Parlamento Juvenil (PJ), também informou que o assunto dos refugiados estará na programação da próxima edição do PJ, que acontecerá em novembro. O projeto leva jovens estudantes da rede estadual de ensino do Rio para viver a rotina dos deputados da Alerj por uma semana. “Vamos fazer uma vivência na Cáritas e dialogar com os refugiados. Os jovens são fundamentais nesse processo cultural de respeito e acolhimento”, frisou Wanderson.

Legislação

A cerimônia contará com a presença de refugiados, de integrantes da Cáritas, e dos conselhos Nacional e Estadual de Refugiados, além de professores universitários e do presidente da escola de samba Portela, Luís Carlos Magalhães, que trata sobre o tema no enredo de 2018 da atual campeã do carnaval carioca.

Atualmente, cerca de 9 mil refugiados de 79 diferentes nacionalidades vivem no Brasil. A legislação brasileira reconhece o direito deles ao trabalho, à educação, à saúde e à mobilidade no território nacional, entre outros direitos, permitindo assim, que reconstruam suas vidas no país.