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Cabral apresenta Dom Orani e mais quatro testemunhas na Fatura Exposta

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Preso desde novembro do ano passado e já condenado a 14 anos de prisão em uma das mais de 10 denúncias oriundas de operações desmembradas da Lava Jato, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) apresentou, em defesa prévia, o nome de cinco testemunhas de defesa que gostariam que fossem ouvidas pela Justiça. 

São elas: o Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, o reverendo Isaías Maciel, da Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil, os médicos Paulo Niemeyer, do Instituto Estadual do Cérebro, e Cid Pitombo, chefe de Cirurgia Bariátrica do Hospital Estadual Carlos Chagas, além de Rosa Célia, do Instituto Pro Criança Cardíaca.

No documento, de 22 páginas, a defesa de Cabral não explica os motivos para arrolar tais testemunhas. Caberá, agora, ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vaa Federal Criminal do Rio, aceitar ou não o pedido dos advogados de Cabral e determinar os depoimentos no âmbito da Operação Fatura Exposta.

Em maio, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-governador do Rio e outras seis pessoas por corrupção passiva e ativa e organização criminosa por irregularidades cometidas na Secretaria Estadual de Saúde, entre 2007 e 2014. Além de Cabral, César Romero, Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio Côrtes, Miguel Iskin e Gustavo Estellita são acusados pela Força-tarefa Lava Jato/RJ de pagar ou receber propina para fraudar contratos da área de saúde.

Segundo a denúncia oferecida à 7ª Vara Federal Criminal, a Operação Fatura Exposta identificou que o modus operandi da organização criminosa liderada por Cabral, que cobrava 5% sobre todos os contratos firmados pelo Estado, também se ramificou na Secretaria de Saúde. O esquema, operado por Côrtes e por Romero, ex-secretário e subsecretário da pasta, direcionava as licitações de serviços e equipamentos médicos ao cartel organizado por Miguel Iskin e Gustavo Estellita, sócios nas empresas Oscar Iskin Ltda. e Sheriff Serviços e Participações.

De acordo com o relatado, os empresários eram os responsáveis por trazer ao país as empresas estrangeiras que participavam das licitações internacionais, que eram divulgadas apenas no Brasil. As empresas se articulavam entre si, fazendo um rodízio que privilegiava a cada uma delas por vez. Em função do arranjo, os envolvidos sabiam quanto cada empresa cobraria pelos produtos antes mesmo de sair a cotação do pregão internacional.