Os dois policiais militares que aparecem em um vídeo atirando contra dois homens deitados em frente à Escola Municipal Daniel Piza, na zona norte do Rio, foram presos e autuados por homicídio qualificado, confirmou na manhã desta sexta-feira (31) a Polícia Civil, que não informou a hora da prisão.
Os suspeitos de execução foram encaminhados ao Batalhão Especial Prisional, em Niterói, na Região Metropolitana. A identidade deles não foi divulgada.
As imagens circularam nas redes sociais e na imprensa e foram filmadas no mesmo local em que a adolescente Maria Eduarda Alves da Conceição foi baleada. Ela morreu dentro da escola, enquanto participava de uma atividade de educação física.
O assassinato dos dois homens também está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar. Em nota enviada à imprensa, a PM disse que o comando da corporação determinou a abertura de "apuração da flagrante ilegalidade".
Os dois homens mortos estariam feridos no momento em que receberam os últimos tiros, segundo testemunhas. A PM afirma que policiais militares do 41º Batalhão (Irajá) foram acionados e entraram em confronto com homens que estavam praticando crimes na Rua Prefeito Sá Lessa, na Fazenda Botafogo, próximo ao Rio Acari.
Na manhã desta sexta-feira (31), parentes estiveram no Instituto Médico-Legal para liberar o corpo de Alexandre dos Santos Albuquerque, de 38 anos.
A irmã de Alexandre, a auxiliar de serviços de gerais Alessandra dos Santos, conta que sentiu "muita revolta". "Graças a Deus, teve uma alma que filmou aquilo", afirmou. "O vídeo mostra que eles foram executados".
A viúva de Alexandre, a manicure Bruna Maria Silva, de 26 anos, não teve coragem de assistir as imagens. "Tinham que ter socorrido. Não era para executar", disse Bruna que estava no trabalho quando recebeu a notícia.