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“Protesto não acaba enquanto as demandas não forem atendidas”, diz parente de policial em batalhão

Familiares de PMs impedem a saída de viaturas em cinco batalhões da região metropolitana do Rio

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Exibindo um cartaz azul escrito “basta!”, um grupo de mulheres - esposas e parentes de policiais - fechou a entrada do 6º Batalhão da Polícia Militar, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. As mulheres impedem a saída de viaturas do local. “Nosso protesto não vai acabar enquanto nossas demandas não forem atendidas, enquanto a situação da PM não se resolver”, afirmou Amanda, que preferiu se identificar apenas como parente de um policial. 

O batalhão da Tijuca é apenas um dos cinco batalhões bloqueados por manifestantes na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo o major Ivan Blaz, relações públicas da PM, os outros quatro são os batalhões de Jacarepaguá, Mesquita, Olaria e Choque. Ainda de acordo com Blaz, das cerca de 100 unidades operacionais no estado, 27 têm manifestações na porta nesta quinta-feira.

Fora do município do Rio de Janeiro, manifestantes também ocupam a entrada do 7º BPM (São Gonçalo), 12º BPM (Niterói), 20º BPM (Mesquita) e o 39º BPM (Belford Roxo), onde foram instalados até banheiros químicos para o plantão em frente à unidade.

“Queremos melhores condições de trabalho para a PM, o pagamento de 13º, o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS) prometido para a Olimpíada e Ano Novo, além de mais viaturas. Enfim, queremos tratamento digno aos policiais”, explicou Amanda.

Segundo ela, famílias de policiais por toda a cidade estão dispostas a ajudar nos protestos. “Todas as famílias se dispuseram a ajudar. As famílias que estão protestando nos outros batalhões estão constantemente conversando com a gente. Nossa ideia é não deixar ninguém sair pra trabalhar.”

>> Manifestantes impedem saída de viaturas em cinco batalhões no Rio

Lídia, viúva de um policial militar, reclamou da falta de pagamento de horas extras e décimo terceiro salário, que, para ela, são as principais motivações da manifestação. “Estou aqui dando um apoio ao pessoal da ativa, devido à maneira pela qual eles colocam as pessoas para trabalhar na rua, covardemente. Nossos parentes são jogados nessas UPPs, sem estabilidade nenhuma”, ressaltou.

As mulheres e mães de policiais militares organizaram as manifestações por redes sociais. No caso do Batalhão de Choque, no Centro do Rio, elas chegaram às 4h. Com cartazes e garrafas de água mineral, elas permitem a entrada de viaturas, mas impedem a saída de policiais fardados, inclusive revistando as mochilas dos soldados para que eles não saiam com os uniformes guardados.

“Nós estamos fazendo a nossa parte. Queremos que isso se resolva e esperamos que haja resultado sem que a população precise sofrer. Até porque nós também temos nossos familiares”, complementou Amanda.

Lídia também falou do risco sofrido pela região atendida pelo batalhão, sem policiamento. “Estamos aqui pelos nossos direitos, não é para fazer baderna, nem para aumentar a violência na rua. Temos uma polícia que não é respeitada, não tem armamento decente. Somos assaltados em qualquer esquina, não podemos sair de casa. O Rio já estava um caos bem antes de virmos para a porta do quartel. Nossa ideia nessa manifestação, na verdade, é melhorar essa situação”, concluiu.

* do projeto de estágio do JB