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Sérgio Cabral é preso no Rio em nova fase da Operação Lava Jato

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A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal do Brasil (RFB), deflagraram na manhã desta quinta-feira (17) a Operação Calicute. A apuração identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes públicos, entre eles, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso na casa dele, no Leblon, na Zona Sul do Rio.

Em coletiva de imprensa, os investigadores informaram que, a princípio, Sérgio Cabral deve ficar preso em Bangu, mas a questão ainda está sendo avaliada. 

O objetivo da operação é investigar o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do estado do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões.

Policiais federais conduziram o ex-governador para a Superintendência da PF, na Praça Mauá, Zona Portuária da cidade.

A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, foi alvo de condução coercitiva. Foi determinado, de acordo com o MPF, o sequestro e arresto de bens do ex-governador e de outras 11 pessoas físicas e 41 pessoas jurídicas.

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Duzentos e trinta agentes cumprem 38 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva, dois de prisões temporárias e 14 mandados de condução coercitiva expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, além de 14 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporária expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

A Operação Calicute é resultado de investigação em curso na força-tarefa da Operação Lava jato no Estado do Rio de Janeiro em atuação coordenada com a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná. O nome da operação é uma referência às tormentas enfrentadas pelo navegador Pedro Álvares Cabral a caminho das Índias.

Cabral e os outros alvos da ação são suspeitos de receber propina em troca da concessão de obras, como na reforma do Maracanã, o PAC Favelas e a construção do Arco Metropolitano. O Ministério Público Federal (MPF) aponta evidências de que Cabral recebeu ao menos R$ 2,7 milhões em espécie da Andrade Gutierrez, por contrato em obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Na saída de Cabral de sua casa, acompanhado pela polícia, por volta das 6h50, muitas pessoas tentaram invadir o local e apoiavam a prisão dele. A polícia chegou a jogar spray de pimenta nos que estavam presentes, incluindo repórteres.

Presos preventivamente

Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, ex-governador do Rio

Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de governo do RJ

Hudson Braga, ex-secretário de obras

Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação

Luiz Carlos Bezerra

Wagner Garcia

José Orlando Rabelo

Luiz Paulo Reis

Presos temporários 

Paulo Fernando Magalhães Pinto, administrador de empresas, ex-assessor de Cabral

Alex Sardinha da Veiga