Os estudantes que ocupavam há quase um mês o prédio da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc) saíram do imóvel na tarde desta sexta-feira (24), após determinação judicial. Eles saíram em grupo pouco antes das 16h, entoando canções de protesto e foram em passeata até o prédio da Assembleia Legislativa, a cerca de quatro quilômetros de distância, onde fizeram uma manifestação.
Após a saída do prédio, foi iniciada uma vistoria, sem a presença dos estudantes ou de professores que apoiavam a ocupação, o que gerou descontentamento entre os manifestantes, temerosos de que fossem acusados indevidamente por danos no imóvel.
“Nosso movimento foi impedido de entrar para vistoriar o prédio junto com eles. Nossa ocupação foi pacífica e ordeira. Não quebramos nada. Se aparecer alguma coisa, nosso movimento não se responsabiliza”, afirmou Pablo Spinelle, um dos líderes do movimento.
Segundo ele, novas ocupações poderão acontecer caso o governo do estado não dê respostas para as demandas dos alunos. “Nós ocupamos em nome da educação de qualidade. Hoje, temos uma educação em que falta merenda, não tem porteiro, nem segurança. Ocupamos para reivindicar o que é nosso direito, que é uma escola de qualidade. Se o governo não fizer algo na educação, não pagar os professores, voltaremos a ocupar as escolas”, acrescentou Pablo.
Avaliação
Para a representante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe), Florinda Lombardi, o movimento de ocupação das escolas foi necessário para denunciar a situação precária da educação no estado. “Avaliamos que historicamente foi uma ação bem cumprida. Conquistaram a eleição para diretor e verbas para as escolas. Foi uma bela demonstração de resistência e rebeldia”. Parte dos professores estaduais está há mais de 100 dias em greve.
A Seeduc não se pronunciou sobre a desocupação do prédio. A assessoria da secretaria informou que a liberação de estudantes para acompanhar a vistoria teria de ser pedida à Justiça e que houve acusação de furto de um cheque do restaurante que funciona no local, o que é negado pelos alunos.