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Ciclovia da morte: Com reinauguração marcada para agosto, tragédia segue sem punição aos culpados

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O prefeito Eduardo Paes apresentou, nesta segunda-feira (13/06), a solução de reconstrução da Ciclovia Tim Maia, que teve parte de sua estrutura destruída no trecho conhecido como Gruta da Imprensa, na Avenida Niemeyer, durante uma ressaca no dia 21 de abril. A expectativa é que a ciclovia seja reinaugurada dentro de 70 dias, no mês de agosto, justamente durante a realização dos Jogos Olímpicos, porém o prefeito garantiu que não irá a acelerar as obras para abrir a tempo das olimpíadas.

"Eu sempre digo que nosso desejo é reabrir a tempo das olimpíadas. Mas nossa prioridade é a segurança. O prazo da inauguração é no mês de agosto, mas isso não garante que seja durante a realização dos jogos", comentou Paes.

Quando questionado sobre a indenização às famílias das vítimas, Eduardo Paes garantiu que todos serão indenizados e que isso não aconteceu apenas devido à questões burocráticas.

"Não foi feita ainda a indenização aos familiares, porém isso é algo que já está para sair do papel. Vai acontecer a qualquer momento", garantir.

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A Prefeitura do Rio contratou perícia independente formada por Coppe/UFRJ e Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para investigar as causas do incidente e apontar soluções de engenharia e viabilidade da ciclovia. E, para validar a proposta, o escritório Casagrande Engenharia para Conformidade de Qualidade de Projeto (CQP).

O novo projeto de segurança levará em conta o que eles chamaram de "onda centenária", ou seja, todo a estrutura será montada em cima de uma margem de segurança referente à força da maior onda que atingiu o local nos últimos cem anos, algo que não existiu no projeto inicial.

Para dar mais resistência às pilastras do trecho que desabou, as colunas serão cravadas nas rochas, para aumentar a estabilidade e serão três novos pilares, praticamente com o triplo da largura dos anteriores.

Durante entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira, o prefeito Eduardo Paes deu mais detalhes sobre o projeto.

"A obra de reconstrução já foi iniciada e está sendo executada pelo consórcio construtor, formado pelas empresas Contemat e Concrejato, sem ônus adicionais aos cofres municipais.  O saldo contratual de 10% previsto em lei pela garantia de obra continua retido. Em relação à segurança total da ciclovia, o trecho que hoje está liberado entre o Leblon e o Vidigal, não tem necessidade de reforço. Foi feito todo um estudo sobre a incidência das ondas e toda a informação que tivermos vai ser usada para aumentar a segurança da ciclovia", explicou.

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Outra medida de segurança adotada será a implementação de placas de sinalização e sinais de trânsito para avisar os usuários da ciclovia sobre ressacas e riscos de acidentes.

Sobre os culpados pelo acidente, Paes não fugiu da sua parcela de culpa, como chefe do executivo da cidade, e disse se considerar culpado politicamente pelo que aconteceu.

"A culpa política da tragédia é do prefeito e da prefeitura, eu já respondo por isso de maneira justa. Porém a culpa real disso é do engenheiro responsável. Quando eu vou construir um prédio, eu contrato um engenheiro e a partir do momento que ele me entrega a obra, não cabe a mim fazer cálculos para saber se a coluna vai agüentar o peso. Essa é a função desse engenheiro chefe. A partir do momento em que o engenheiro assina um termo de segurança, a responsabilidade passa a ser dele".